Em meio aos desafios climáticos crescentes e à busca por sistemas agrícolas mais sustentáveis, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou a publicação do novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a segunda safra do consórcio milho-braquiária, com diretrizes válidas para o ciclo 2025/2026.
A decisão, publicada oficialmente nesta quinta-feira (28), traz orientações fundamentais para os produtores rurais que adotam esse modelo de integração lavoura-pecuária, especialmente em regiões marcadas por períodos de estiagem no inverno. O Zarc tem como objetivo principal indicar os períodos mais seguros para o plantio, de acordo com o comportamento climático de cada região, minimizando os riscos de perda e otimizando o desempenho agronômico.
Integração com vantagens agroecológicas
O cultivo consorciado de milho com braquiária tem ganhado espaço estratégico nos sistemas produtivos, especialmente por sua capacidade de oferecer diversos benefícios agronômicos e ambientais. Entre os destaques estão a maior reciclagem de nutrientes no solo, a produção de palhada para cobertura morta, o acúmulo de matéria orgânica e melhorias físicas na estrutura do terreno — fatores que, juntos, favorecem tanto a produtividade quanto a conservação do solo.
Além de auxiliar no controle da erosão e na retenção de umidade, a braquiária implantada após o milho pode servir como forragem de qualidade para alimentação do rebanho, favorecendo uma pecuária mais eficiente durante os períodos de entressafra. Trata-se de uma prática cada vez mais adotada em regiões de clima tropical e subtropical, onde o uso do solo é intensivo e a rotação de culturas se faz essencial.
Estados contemplados e ferramentas para consulta
O novo Zarc estabelece as janelas ideais de plantio para 13 unidades federativas brasileiras, considerando critérios como regime hídrico, tipo de solo e temperatura média regional. Os estados contemplados são: Acre, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
As datas e recomendações específicas para cada localidade já estão disponíveis tanto no Painel de Indicação de Riscos quanto no aplicativo ZARC Plantio Certo, desenvolvido para facilitar o acesso a informações atualizadas por parte dos produtores e técnicos rurais.