A cena se repetiu simultaneamente em mais de vinte cidades do Paraná na manhã de sábado: às margens de rios, praias e córregos, centenas de voluntários da Sanepar, com luvas nas mãos e sacos de lixo, se uniram em uma missão maior do que o trabalho que já realizam diariamente — preservar a água desde sua nascente até os oceanos. A mobilização fez parte do Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, uma ação de alcance global promovida no Brasil pelo Sistema Fecomércio e que, no estado, contou com o apoio ativo da Companhia de Saneamento do Paraná.
Em locais como Curitiba, Guaratuba, Maringá, Cascavel, Pato Branco, entre outros centros urbanos e litorâneos, o movimento uniu cidadãos, famílias e profissionais do saneamento em uma verdadeira aula prática de consciência ambiental. Ainda que a maioria desses colaboradores já atue no combate à poluição por meio da coleta e tratamento de esgoto, neste dia específico a tarefa era mais direta: retirar o lixo visível da natureza e sensibilizar a comunidade sobre seu papel.
Segundo a coordenadora do Comitê de Voluntariado Corporativo da Sanepar, Lucilene Moreira da Costa, o engajamento extrapola o gesto simbólico de recolher resíduos. O foco está em provocar reflexão sobre o trajeto do lixo: aquilo que é jogado nas ruas termina invariavelmente nos cursos d’água, impactando mananciais, vida aquática e, por fim, a qualidade da água que abastece milhões de pessoas. “A água é o bem mais valioso que temos, e sua proteção exige ação coletiva”, destacou.
A importância do engajamento comunitário foi reforçada por Luane de Lima, gerente do Sesc, entidade responsável pela coordenação da campanha no estado. Para ela, ações como essa transformam o discurso ambiental em prática cidadã e conectam instituições públicas, setor privado e população em torno de um objetivo comum: manter a natureza viva e saudável. Em sua quinta edição, o evento já se consolida como uma das principais campanhas de sensibilização ambiental do calendário paranaense.

Em Campo Mourão, por exemplo, a gerente regional da Sanepar, Araceli Stela, esteve entre os voluntários que atuaram nas margens dos rios. Ela enfatizou que a limpeza dos corpos d’água deve ser diária — e que o evento ajuda a lembrar a todos que o compromisso com a água não deve se limitar a campanhas pontuais, mas integrar hábitos cotidianos.
Além da coleta de lixo, cidades como São José dos Pinhais e Londrina incorporaram atividades educativas ao mutirão, como jogos e plantio de árvores, levando crianças e adolescentes a refletirem, de forma lúdica, sobre o impacto de suas ações no meio ambiente. Muitos colaboradores da Sanepar fizeram questão de levar seus filhos, transformando o mutirão em uma experiência de aprendizado e cidadania familiar.
Por trás da mobilização, há um trabalho técnico que acontece todos os dias e que nem sempre ganha os holofotes. A Sanepar opera atualmente com 82% de cobertura de coleta e tratamento de esgoto em 344 municípios do estado, atendendo mais de 3,4 milhões de unidades. Esse esforço diário impede que milhares de litros de esgoto sem tratamento sejam lançados nos rios, contribuindo diretamente para a saúde dos ecossistemas hídricos.
Criado em 1986 nos Estados Unidos, o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias tornou-se uma das mais importantes ações globais de educação e mobilização ambiental. Presente hoje em mais de 180 países, a iniciativa convida a sociedade a refletir sobre o impacto do lixo nos ecossistemas e a agir localmente para proteger aquilo que é de todos: os recursos hídricos.