Resumo
- O Paraná consolida liderança nacional na produção de camomila, com R$ 15 milhões em valor bruto e destaque para Mandirituba, Contenda e São José dos Pinhais.
- A cultura é dominada por agricultores familiares e movimenta a economia local com baixo custo de cultivo e alto potencial de valor agregado.
- A soja e o milho seguem com bom desempenho no Estado, impulsionados por chuvas e condições favoráveis de plantio e colheita.
- A fruticultura movimentou R$ 3,9 bilhões em 2024, e a erva-mate segue como símbolo cultural e econômico do Sul do Paraná.
- A suinocultura e as exportações de carne bovina cresceram, reforçando o protagonismo paranaense no agronegócio nacional.
Em meio à expansão das cadeias agrícolas e ao fortalecimento da agricultura familiar, o Paraná reafirma sua posição de destaque na produção nacional de camomila, planta medicinal amplamente utilizada nas indústrias de cosméticos, chás e fitoterápicos. Segundo o boletim conjuntural divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Estado colheu cerca de 1,1 mil toneladas em 2,3 mil hectares cultivados em 2024, alcançando R$ 15 milhões em Valor Bruto de Produção (VBP).
Essa performance confirma o protagonismo paranaense, que responde por quase 80% da produção brasileira, com destaque para três municípios da Região Metropolitana de Curitiba: Mandirituba, São José dos Pinhais e Contenda. Nesses polos rurais, a camomila se tornou símbolo de prosperidade para pequenos produtores, que transformaram a planta em um ativo econômico relevante para o campo.
Agricultura familiar e potencial fitoterápico
A força da camomila no Paraná vai além do valor comercial. Ela representa um modelo de agricultura sustentável e de base familiar, com grande capacidade de agregar valor às propriedades rurais. O cultivo, de baixo custo e alta adaptabilidade, tem sido uma alternativa eficiente para diversificar a produção agrícola e garantir renda estável às famílias.
Além disso, a colheita da safra 2025 já foi concluída, e a comercialização segue durante todo o ano, impulsionada pela demanda industrial e exportadora. Mesmo com uma área plantada modesta em comparação a outras culturas do agronegócio, o desempenho da camomila reforça o potencial do Estado em segmentos de nicho com alto valor agregado — uma tendência que vem sendo explorada por cooperativas e agroindústrias voltadas para o mercado de plantas medicinais.
Soja e milho mantêm ritmo positivo
O boletim do Deral também apresenta o panorama das principais cadeias agrícolas do Estado. O plantio da soja 2025/26 atingiu 52% da área prevista, de 5,77 milhões de hectares, ritmo favorecido pelas chuvas regulares que beneficiaram o desenvolvimento inicial das lavouras. Já o milho da primeira safra está praticamente concluído, com 94% da área de 333 mil hectares semeada, mostrando bom vigor e condições climáticas favoráveis.
Esses resultados confirmam a estabilidade da produção paranaense, que mantém a liderança nacional na produtividade de grãos e sustenta um dos setores mais dinâmicos da economia estadual.
Fruticultura e erva-mate impulsionam o campo
A fruticultura segue como uma das atividades mais diversificadas do Paraná. Em 2024, o setor movimentou R$ 3,9 bilhões em VBP, com 1,3 milhão de toneladas colhidas em 53,8 mil hectares. Entre as frutas que se destacam, laranja, morango, uva, goiaba e banana respondem por mais de 70% do valor total da produção estadual. A citricultura continua na liderança, representando 39% do faturamento do segmento.
Outro produto emblemático, a erva-mate, mantém sua relevância histórica e cultural no Sul do Estado. Em 2024, o VBP do setor atingiu R$ 1,2 bilhão, com forte presença em municípios como Cruz Machado, São Mateus do Sul e Bituruna, onde o cultivo chega a representar até 25% da economia local.
Suinocultura e exportações em alta
Na suinocultura, o custo médio de produção registrou alta de 0,7% em setembro, chegando a R$ 5,77 por quilo vivo, conforme dados da Embrapa Suínos e Aves. Apesar do aumento, o Paraná manteve o segundo menor custo entre os grandes produtores do país, garantindo competitividade e estabilidade no mercado interno e externo.
O desempenho do setor de carnes reforça esse cenário positivo. As exportações de carne bovina atingiram 348 mil toneladas em setembro, novo recorde mensal. O volume acumulado no ano já supera em 15% o de 2024, impulsionado pela forte demanda de China e Hong Kong. Com as festas de fim de ano, a expectativa é de que o consumo interno se mantenha aquecido, sustentando os preços e consolidando o bom momento da pecuária paranaense.



