Resumo
• O ParanáConectado, sancionado por Ratinho Junior, inaugura uma nova fase de modernização rural ao expandir internet e telefonia móvel para propriedades e comunidades agrícolas.
• A conectividade permitirá que produtores consultem dados, realizem compras, vendam mercadorias e melhorem a gestão das propriedades com ferramentas digitais.
• O programa já mapeou mais de mil localidades sem sinal e viabilizou centenas de torres, ampliando produtividade em regiões conectadas.
• A iniciativa inclui crédito sem juros, capacitação tecnológica, incentivos tributários e suporte técnico para produtores adotarem novas soluções digitais.
• As ações estruturantes começam a avançar a partir de 2026, consolidando a conectividade rural como eixo estratégico para competitividade e qualidade de vida no campo.
A paisagem rural paranaense está prestes a atravessar uma mudança profunda. A sanção da lei nº 22.788/2025, feita pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, inaugura uma fase em que a conectividade deixa de ser privilégio urbano para se tornar um insumo básico da vida no campo. Aliás, a proposta do Programa de Melhorias do Sistema de Telecomunicação e Conectividade Rural do Paraná – ParanáConectado nasce justamente para ampliar o acesso à banda larga e à telefonia móvel em propriedades rurais, comunidades isoladas e regiões produtivas.
A iniciativa também reforça um movimento global: a agricultura digital já não é tendência, mas parte essencial da competitividade. Entretanto, sem acesso a redes rápidas, ferramentas modernas simplesmente não chegam aos produtores. Por isso, o programa pretende transformar o cotidiano agrícola, permitindo desde consultas meteorológicas precisas até operações de comercialização feitas diretamente pela internet.
Como a conectividade influencia a rotina e a produtividade agrícola
Em um cenário de inovações constantes, a internet está no centro de decisões diárias, e o programa prevê que agricultores utilizem ferramentas digitais para acompanhar preços, adquirir insumos, realizar vendas e, sobretudo, melhorar a gestão das propriedades. Além disso, a ampliação do acesso conecta famílias rurais a serviços de educação, segurança, saúde e capacitação profissional — elementos que influenciam diretamente a permanência das novas gerações no campo.
Para o secretário da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani, a lei representa um salto estratégico. “Estamos ampliando as condições para que produtores de todas as regiões tenham acesso à conectividade e às tecnologias que aumentam a eficiência, trazem mais rentabilidade para o agro e melhoram a qualidade de vida no meio rural”, afirmou.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, reforça a importância do impacto regional. “O ParanáConectado contribuirá para uma nova etapa de modernização e eficiência do agro paranaense, pela digitalização de processos produtivos e de comercialização, assim como vai melhorar as condições de vida de quem vive no campo”, declarou.
Mapeamento técnico e expansão de infraestrutura
Embora a lei tenha sido oficializada agora, o trabalho começou anos atrás. Desde 2023, equipes técnicas mapearam mais de mil localidades sem qualquer sinal de internet. Esse diagnóstico deu origem à instalação de 541 torres de internet e telefonia, sendo 313 já concluídas.
Os dados levantados pelo Ipardes revelam a dimensão do impacto: regiões com internet apresentam, em média, 37% mais produtividade do que áreas sem cobertura adequada.
Assim, o Paraná vem investindo na implantação de redes de fibra óptica, sinal via rádio e cobertura móvel, priorizando os pontos rurais mais isolados. A estratégia prevê execução por blocos regionais, com a expectativa de alcançar todo o território rural em seis anos. Técnicos do IDR-Paraná apoiarão grupos de produtores na contratação conjunta de serviços, o que reduz custos e facilita negociações com operadoras.
Financiamento, suporte técnico e inclusão digital no campo
O programa também prevê ações financeiras fundamentais para pequenas e médias propriedades. O Governo do Estado oferecerá subvenções que permitem acesso a créditos sem juros, vinculados ao Fust e ao Pronaf Conectividade Rural. A operação ocorrerá pela Fomento Paraná, utilizando recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE).
Além disso, o IDR-Paraná atuará diretamente na capacitação tecnológica dos produtores, oferecendo cursos, treinamentos e conteúdos educativos voltados ao uso das novas ferramentas digitais. A iniciativa engloba ainda incentivos tributários, recomendações técnicas e um cadastro público de empresas capacitadas para atuar na conectividade rural.
Essa frente educacional reforça a visão de que a internet não é apenas um meio de comunicação, mas um elemento estruturante para melhorar a eficiência produtiva, qualificar decisões no campo e ampliar oportunidades em áreas como educação, saúde e segurança.
Perspectivas e próximos passos para o Paraná Conectado
Os recursos para execução do programa já estão separados, e a expectativa do governo é de que as ações estruturantes avancem a partir de 2026. Até lá, a regulamentação — que deve ocorrer em até 90 dias — estabelecerá diretrizes para execução, parcerias e critérios técnicos de expansão.
O ParanáConectado, portanto, surge como um marco para a agricultura paranaense. A combinação entre infraestrutura, financiamento, capacitação e planejamento regional abre caminho para um campo mais produtivo, competitivo e digital. E, ao fortalecer tanto pequenos agricultores quanto grandes produtores, a iniciativa coloca o estado em uma nova rota tecnológica — conectada, eficiente e alinhada ao futuro.



