Elegante, discreta e extremamente adaptável, a peperômia tem conquistado cada vez mais espaço nas casas brasileiras, principalmente entre quem busca plantas ornamentais fáceis de manter e visualmente marcantes. Com mais de mil espécies catalogadas no mundo — muitas delas nativas da América do Sul —, essa planta apresenta grande variedade de formatos, cores e texturas nas folhas, o que a torna perfeita para compor ambientes internos com um toque natural e moderno.
Segundo a bióloga e paisagista Juliane Teixeira, da Floralis Paisagismo, a peperômia é uma excelente escolha para quem está começando na jardinagem ou quer praticidade no dia a dia. “Ela se adapta muito bem a espaços com meia-sombra e não exige uma rotina rígida de regas. Isso a torna perfeita para escritórios, varandas cobertas e ambientes com iluminação indireta”, explica a especialista.
Uma planta compacta, mas com muita personalidade
Apesar do porte geralmente pequeno — o que facilita seu cultivo em vasos ou jardineiras —, a peperômia impressiona pela diversidade. Entre as mais populares estão a Peperomia caperata, com folhas enrugadas e tons arroxeados, a Peperomia obtusifolia, de folhas arredondadas e verde-brilhante, e a exótica Peperomia argyreia, conhecida como “melancia” por lembrar o padrão da fruta em suas folhas.

Além disso, algumas espécies podem apresentar nuances de creme, prata ou bordas avermelhadas, o que permite brincar com contrastes ao lado de outras plantas ou dentro de composições de vasos. O arquiteto paisagista Tiago França, do Estúdio Verde, ressalta que “a grande vantagem da peperômia é a capacidade de oferecer textura e cor em pequenos espaços, sem exigir grandes intervenções no ambiente”. Para ele, é uma planta que harmoniza muito bem com estilos contemporâneos, tropicais e até minimalistas.
Cuidados essenciais para manter sua peperômia saudável
Embora seja uma planta resistente, a peperômia possui algumas exigências específicas para que se desenvolva de forma plena e mantenha suas folhas sempre bonitas. A começar pela iluminação: ela gosta de ambientes bem iluminados, mas sem sol direto. A luz difusa é ideal para preservar as folhas sem queimaduras e estimular seu crescimento equilibrado.
A rega deve ser feita com moderação. Como muitas espécies de peperômia têm caules e folhas suculentas, elas conseguem armazenar água por mais tempo. Isso significa que o excesso de umidade pode ser mais prejudicial do que a falta dela. O ideal é deixar o solo secar levemente entre uma rega e outra. “É uma planta que detesta encharcamento, então o substrato precisa ter boa drenagem, de preferência misturado com perlita ou casca de pinus”, recomenda Juliane.
Além disso, evite borrifar água diretamente nas folhas com frequência, especialmente nas variedades mais espessas ou aveludadas, que tendem a reter gotículas e desenvolver fungos. Se o ambiente for muito seco, o uso de umidificadores ou bandejas com pedras e água ao redor da planta pode ajudar.
Solo, vaso e adubação na medida certa
A peperômia se dá bem em vasos de cerâmica ou plástico, desde que contenham furos de drenagem e sejam proporcionais ao tamanho da planta. O substrato ideal é leve, aerado e com boa quantidade de matéria orgânica. Misturas com fibra de coco, húmus de minhoca e areia grossa funcionam bem, pois imitam o solo das florestas tropicais de onde muitas espécies são originárias.
Em relação à adubação, Tiago França indica a aplicação de adubos orgânicos a cada dois meses durante a primavera e o verão. “Ela não é exigente, mas responderá bem a uma adubação leve, rica em nitrogênio e potássio, que favorece a formação de folhas novas e mais vivas”, explica o paisagista.