Resumo
• O Pequeno Príncipe Norte recebeu representantes do Cindacta II para discutir preservação ambiental e integrar as áreas verdes compartilhadas no Bacacheri.
• A visita reforçou a relação histórica entre o Hospital e a Força Aérea, inspirada pela trajetória de Antoine de Saint-Exupéry.
• O encontro apresentou propostas para recuperar a grande área verde vizinha, incluindo remoção de espécies exóticas e reintrodução de plantas nativas.
• Os visitantes participaram de uma experiência sensorial com espécies vegetais usadas em saúde, gastronomia e cosmética.
• A reunião inaugurou os próximos passos para uma cooperação ambiental que acompanhará a expansão do Complexo Pequeno Príncipe.
O Hospital Pequeno Príncipe Norte, referência no atendimento infantil em Curitiba, recebeu representantes do Cindacta II para conhecer a área em construção, mas, sobretudo, para ampliar um diálogo sobre o futuro das extensas áreas verdes que ligam as duas instituições. A conversa abriu caminho para um projeto ambiental que promete transformar não apenas o entorno, mas a relação entre preservação, pesquisa e vida urbana.
Assim, estiveram presentes no encontro o secretário-geral da Associação Mantenedora do Hospital Pequeno Príncipe, José Álvaro da Silva Carneiro; o coronel aviador do Cindacta II Regilânio Isaias Aguiar de Melo; e as tenentes-coroneis médicas da FAB, Isabela Bloise Alves Caldas Sawada e Paula Gomes Pereira Bicudo. O clima foi de cooperação e afinidade, características que marcam a relação histórica entre o Hospital e a Força Aérea Brasileira.
Um vínculo que nasce da literatura, da aviação e do cuidado com a vida
Embora separadas por muros, as instituições compartilham uma ligação que vai muito além da vizinhança. O nome Pequeno Príncipe resgata a obra de Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador que marcou gerações não apenas pela sensibilidade literária, mas pela coragem e pela defesa da vida. Exupéry integrou a Força Aérea Francesa e morreu em missão durante a Segunda Guerra Mundial — capítulo que reforça simbolicamente a afinidade entre o hospital e a FAB.
Durante o encontro, José Álvaro — membro honorário da Força Aérea Brasileira — destacou esse elo com naturalidade e profundidade. “A parceria que temos com o Cindacta II e a FAB é muito sólida, baseada em respeito e confiança”, afirmou, reforçando que essa relação se renova quando ambas as instituições olham para o futuro com propósito comum.
O desafio de preservar um dos maiores corredores verdes da cidade
Entre os principais pontos da visita esteve a discussão sobre a grande área verde vizinha ao Pequeno Príncipe Norte, administrada pelo Cindacta II. O espaço, que compõe a quarta maior área verde de Curitiba, abriga nascentes e um conjunto expressivo de espécies vegetais. Entretanto, também carrega impactos da presença de plantas exóticas, o que motivou a proposta de recuperação ambiental.
O Cindacta II apresentou a intenção de desenvolver uma ação integrada que inclua a remoção gradual de espécies invasoras — como pinus, eucaliptos e alfeneiros — e a reintrodução de plantas nativas da região, entre elas araucárias, canelas, cedros e imbuias. Além disso, a proposta prevê a proteção das nascentes presentes dentro do território militar e o envolvimento da comunidade local e do grupo escoteiro sediado na instituição, fortalecendo o caráter educativo das ações.
Segundo José Álvaro, preservar esse território exige união de esforços. “O meio ambiente não tem fronteiras. Trabalhar juntos é essencial para garantir um futuro sustentável para o Norte do município de Curitiba”, declarou, destacando a importância social e ecológica dessa iniciativa compartilhada.
Uma experiência sensorial para reconhecer a força da biodiversidade
Logo no início da visita, os representantes do Cindacta II participaram de uma breve vivência sensorial organizada pelo Pequeno Príncipe Norte. O momento colocou em destaque três espécies vegetais às vezes esquecidas na rotina urbana, mas essenciais para compreender a riqueza e o potencial da flora local.
Os visitantes provaram uma folha de stevia — conhecida pelo sabor intensamente doce —, experimentaram a frutinha do jambu, famosa pela sensação de leve tremor na língua, e também entraram em contato com a “catinga de mulata”, planta tradicionalmente usada na produção artesanal de perfumes. O encontro evidenciou como a biodiversidade relaciona saúde, alimentação, cultura e ciência, aproximando ainda mais as instituições de suas responsabilidades compartilhadas.
Passos firmes em direção a uma cooperação ambiental duradoura
A visita marcou a primeira etapa para formalizar uma proposta de cooperação ambiental entre o Pequeno Príncipe Norte e o Cindacta II. A ideia é que a união das duas áreas — que futuramente abrigarão o Hospital, o Instituto de Pesquisa, as Faculdades Pequeno Príncipe, trilhas, espaços culturais e até um Jardim Botânico — resulte em uma referência exemplar de convivência entre ciência, saúde, natureza e educação.
A partir desse movimento inicial, abre-se caminho para um projeto urbano sustentável, capaz de unir preservação ambiental, cuidado comunitário e desenvolvimento institucional, transformando toda a região em um território de aprendizagem, inovação e vida.



