Depois de um setembro marcado por altas expressivas nos preços do feijão, o início de outubro trouxe uma mudança de cenário em algumas partes do Brasil. Nas principais praças de comercialização, o ritmo de negócios perdeu força, e a cotação do grão começou a ceder, em reflexo direto da menor liquidez no mercado.
Segundo análises do Cepea, a retração dos compradores é um dos fatores centrais para a recente queda nos preços. Muitas empresas e atacadistas já estavam abastecidos para o curto prazo, o que levou à desaceleração nas negociações. Ao invés de antecipar novas compras, os agentes do mercado preferiram aguardar uma melhora no ritmo das vendas, o que adicionou cautela ao momento atual.
Além disso, o recuo ocorre em meio ao avanço do plantio da safra 2025/26, o que também ajuda a conter expectativas de escassez. Dados atualizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, até o dia 27 de setembro, cerca de 12,8% da área prevista para a nova temporada já havia sido semeada no país.
Plantio avança no Sul e reforça oferta no horizonte
As lavouras da primeira safra seguem em desenvolvimento nos principais estados produtores do Sul do país, com destaque para o Rio Grande do Sul, que lidera o plantio até o momento com 29% da área cultivada. O Paraná aparece logo em seguida, com 28%, e Santa Catarina registra 25,9% da área já semeada. No Sudeste, Minas Gerais avança de forma mais lenta, com apenas 1,5% da área plantada — principalmente em regiões fora do período de vazio sanitário.
Essa movimentação no campo acaba por reforçar a percepção de que, nos próximos meses, a oferta poderá ser suficiente para atender à demanda interna. Embora ainda seja cedo para projeções definitivas sobre produtividade e colheita, a expectativa de um calendário agrícola dentro da normalidade colabora para manter os preços sob controle.