Com um salto expressivo de 20,7% no valor da produção florestal em 2024, o Paraná se firma como um dos principais pilares da economia florestal brasileira. Segundo a nova edição da Pesquisa da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), divulgada pelo IBGE, o estado atingiu a marca de R$ 6,9 bilhões, consolidando o segundo lugar no ranking nacional e ampliando sua participação para 15,6% de toda a produção florestal do País.
Esse desempenho coloca o Paraná à frente de São Paulo, que ocupa o terceiro lugar com 12,9%, e atrás apenas de Minas Gerais, líder nacional com 19,4%. Juntos, os três estados concentram praticamente metade de toda a produção florestal brasileira.
Silvicultura impulsiona os resultados e domina o cenário florestal paranaense
O setor de silvicultura, responsável pelo cultivo de florestas com fins comerciais, foi o grande motor do crescimento paranaense, respondendo por impressionantes 91,65% do valor total produzido. Isso equivale a R$ 6,34 bilhões e representa um avanço de 24,09% em relação ao ano anterior, reforçando a vocação florestal do estado.
Nesse contexto, o Paraná se destaca como maior produtor nacional de madeira em tora para outras finalidades, com 32,1% da produção brasileira, e também lidera a produção de lenha de florestas plantadas, com 14 milhões de metros cúbicos — cerca de 26% do volume nacional.
Presença em quase todos os municípios e liderança regional em silvicultura
A capilaridade da atividade florestal no Paraná também chama atenção: 391 dos 399 municípios paranaenses foram impactados diretamente pela produção. O município de General Carneiro, no Sul do Estado, aparece como o líder nacional no valor da produção da silvicultura, com R$ 637,2 milhões — 10,3% a mais que em 2023.
Apenas na produção de madeira, o município alcançou R$ 612,7 milhões. A lenha somou R$ 13,8 milhões e o carvão vegetal, R$ 10,8 milhões — ambos com crescimento de 15% em volume. Além disso, outros quatro municípios do Paraná figuram entre os 15 maiores produtores florestais do país: Sengés, Cruz Machado, Telêmaco Borba e Bituruna.
Extração vegetal também cresce e destaca erva-mate como carro-chefe do estado
Apesar da predominância da silvicultura, a extração vegetal natural também compõe parte relevante da cadeia produtiva. Com R$ 577 milhões em valor, o segmento representa 8,35% da produção florestal do Paraná, garantindo ao estado a terceira colocação nacional.
Entre os produtos extrativos, a erva-mate é a estrela. O Paraná é responsável por 85,8% da produção nacional, totalizando R$ 117 milhões em valor. Nove municípios se destacaram nesse cultivo, com São Mateus do Sul liderando a extração, respondendo por 17,2% do volume nacional.
A erva-mate, aliás, gerou o segundo maior valor entre os produtos não madeireiros no Brasil em 2024, com R$ 522,8 milhões — mesmo com uma leve queda de 11,3% em comparação ao ano anterior.
Pinhão registra alta expressiva em valor de produção
Outro destaque da extração vegetal no Paraná é o pinhão, semente da araucária que tem forte presença na cultura sulista. Embora a quantidade produzida tenha crescido apenas 0,7%, o valor de mercado subiu 15,1%, alcançando R$ 76,8 milhões. O Paraná lidera também esse segmento, com 35,4% da produção nacional.
Estado amplia área de florestas plantadas e lidera cultivo de pinus
Com relação à área plantada, o Paraná figura como o terceiro maior estado em extensão de florestas comerciais do País, com 1,2 milhão de hectares, dividindo a posição com São Paulo, que apresentou retração de 0,7%. Minas Gerais lidera o ranking, com 2,2 milhões de hectares, seguido por Mato Grosso do Sul (1,5 milhão).
No entanto, quando se trata de pinus, o Paraná assume a dianteira nacional com 670,7 mil hectares cultivados, além de outros 464,4 mil hectares de eucalipto e 22,6 mil hectares destinados a outras espécies.
Essa diversidade é estratégica. Enquanto o eucalipto é a principal matéria-prima para a produção de celulose de fibra curta, voltada à fabricação de papéis de uso cotidiano, como os de impressão e higiene, o pinus é essencial para celulose de fibra longa, empregada em papéis de maior resistência e qualidade.