Com o objetivo de ampliar o acesso à tecnologia nacional e fomentar a produção especializada de sementes de palma de óleo, a Embrapa Amazônia Ocidental anunciou a abertura de um processo seletivo voltado exclusivamente para produtores já inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem). A proposta é firmar um contrato que permitirá não apenas o uso das marcas “Embrapa” e “Tecnologia Embrapa”, como também o acesso ao conhecimento técnico-científico acumulado sobre cultivares híbridas do tipo Tenera.
A seleção ocorre por meio do Edital de Seleção Tecnológica nº 05/2025 e permanece aberta entre os dias 21 de agosto e 4 de setembro. Durante esse período, os interessados devem enviar e-mail com a manifestação de interesse, contendo nome completo (da pessoa física ou jurídica), endereço e telefone de contato. O campo “assunto” precisa ser preenchido exatamente conforme exigido no edital. O resultado preliminar será divulgado a partir do dia 8 de setembro, diretamente via e-mail aos participantes.
Cultivares híbridas e tecnologia embarcada
O contrato de licenciamento envolve o uso de 850 plantas matrizes do tipo Dura, previamente registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária, com foco na geração de sementes híbridas da variedade Tenera (cruzamento entre Deli e La Mé). Estão incluídas sete cultivares desenvolvidas pela Embrapa: BRS C1001, C2301, C2328, C2501, C2528, C3701 e C7201. Essas variedades apresentam alto potencial produtivo e resistência, sendo recomendadas para diferentes contextos produtivos da região amazônica.
Além do material genético, o produtor selecionado terá acesso ao conjunto completo de dados técnicos necessários à produção, inclusive aqueles ainda não divulgados ao público. A estrutura experimental da Embrapa Amazônia Ocidental, localizada no Km 29 da Rodovia AM-010, na zona rural de Manaus, abriga as plantas matrizes que servirão como referência para os produtores licenciados.
Desenvolvimento genético e cooperação internacional
O histórico de desenvolvimento dessas cultivares remonta à década de 1980, quando o Brasil estabeleceu um acordo de cooperação com o CIRAD – Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento. Entre 1981 e 2001, esse intercâmbio permitiu a introdução de genitores e o início de pesquisas locais com o objetivo de adaptar e melhorar a palma de óleo em solos brasileiros, especialmente na região amazônica.
As plantas Tenera resultam da combinação entre tipos Dura (femininos) e Pisifera (masculinos), formando híbridos de alta produtividade que hoje são considerados fundamentais para a sustentabilidade e expansão da cadeia produtiva de dendê no país.