⚠️ Aviso de caráter informativo:
As informações deste artigo são baseadas em dados disponíveis até o momento e podem mudar conforme clima, mercado e fatores externos. Os valores citados não devem ser interpretados como recomendação de compra ou venda. Para decisões comerciais específicas, consulte especialistas ou instituições do setor cafeeiro.
Resumo
- A safra de café arábica 2026/27 começa com floradas expressivas em regiões como Sul de Minas e São Paulo, impulsionadas por um clima inicial favorável.
- Apesar do florescimento promissor, produtores estão em alerta pela falta de chuvas recentes, essenciais para o pegamento dos frutos.
- A continuidade das chuvas nas próximas semanas será determinante para o bom desenvolvimento da lavoura e para a frutificação.
- O mercado do café reage ao clima: a saca de 60 kg foi cotada a R$ 2.214,00, com leve queda, mas acumulando alta no mês.
- O cenário climático do Sudeste ainda prevê precipitações, mantendo a esperança dos cafeicultores de consolidar uma safra produtiva.
Com os olhos voltados para o céu, produtores de café arábica em algumas das principais regiões cafeeiras do país iniciam a temporada 2026/27 com expectativa cautelosa. As floradas, um dos marcos mais sensíveis do ciclo do café, foram registradas com vigor em boa parte de São Paulo e do Sul de Minas Gerais, sugerindo que a natureza já deu seu primeiro passo. No entanto, o sucesso da próxima colheita ainda depende de um fator essencial: a regularidade das chuvas.
Durante a primeira quinzena de outubro, o cenário climático foi promissor. As temperaturas permaneceram amenas, e a umidade relativa do ar ofereceu as condições ideais para a abertura das flores. Em regiões como Franca (SP), Guaxupé e Varginha (MG), os cafezais foram tomados por um espetáculo visual — o branco das floradas cobriu as lavouras, antecipando um possível bom pegamento dos frutos.
Porém, à medida que os dias avançam, a ausência de novas precipitações começa a gerar inquietação entre os produtores. A última chuva volumosa registrada em muitas dessas áreas aconteceu há mais de uma semana, e o solo começa a perder a umidade acumulada. O alerta é silencioso, mas presente: sem continuidade da água no solo, o florescimento pode não se converter em frutificação, comprometendo o potencial produtivo da lavoura.
Além do impacto agronômico, o comportamento do clima interfere diretamente no mercado. A instabilidade natural do setor cafeeiro, que depende fortemente da previsão meteorológica, se reflete também nos preços. No último dia 28 de outubro, o indicador Cepea/Esalq registrou a saca de 60 kg do café arábica a R$ 2.214,00 — uma queda de 2,30% no dia, mas ainda acumulando valorização de mais de 4% desde o início do mês. A oscilação evidencia o nervosismo do mercado frente à imprevisibilidade das próximas semanas.
O Sudeste, especialmente Minas Gerais e São Paulo, concentra parte significativa da produção nacional de arábica e, por isso, qualquer mudança no clima local gera repercussões que extrapolam as fronteiras da fazenda. Segundo dados do Cepea, ainda há previsão de chuvas para os próximos dias nestas regiões, o que reacende a esperança de que o ciclo se mantenha promissor.


