Apesar dos efeitos negativos causados pela estiagem severa no início do ano — agravada pelo fenômeno climático La Niña — os pomares catarinenses de maracujá deram um salto expressivo na produção. A safra 2024/2025 chegou a 56,8 mil toneladas, número que representa um crescimento de mais de 26% em comparação com o ciclo anterior, de 45 mil toneladas.
A região Sul do estado, que concentra a maior parte das lavouras comerciais da fruta, conseguiu superar as dificuldades impostas pela falta de chuvas e pelas altas temperaturas no período mais sensível do cultivo: a florada do maracujazeiro-azedo. A resiliência da cultura e a eficiência das estratégias adotadas pelos agricultores foram decisivas para esse desempenho.
Tecnologias no campo fazem diferença e aumentam rendimento
A produtividade média saltou para 28,4 toneladas por hectare, impulsionada por um conjunto de práticas modernas que vêm sendo adotadas com mais intensidade no estado. O uso de mudas de alta qualidade, com melhor resistência a doenças e adaptação ao solo catarinense, tem sido um dos pilares desse avanço. Outro destaque vai para o uso da cultivar SCS437 Catarina, desenvolvida localmente, que responde bem ao clima regional.
Além disso, iniciativas que envolvem melhorias no manejo da adubação, monitoramento fitossanitário mais eficaz e programas de renovação de pomares também contribuíram para o bom desempenho da safra. Mesmo em um cenário de restrição hídrica, essas práticas permitiram que a cultura mantivesse sua vitalidade e entrega de frutos com qualidade comercial.
Maracujá movimenta milhões e gera renda no campo
O impacto econômico da cultura também chama atenção. De acordo com dados do setor, o Valor Bruto da Produção (VBP) gerado pelo maracujá em Santa Catarina ultrapassou R$ 135 milhões, consolidando-se como uma das principais cadeias produtivas da fruticultura local.
Os preços pagos aos produtores na safra variaram entre R$ 2,30 e R$ 2,50 por quilo, o que garantiu boa rentabilidade para as propriedades familiares envolvidas com o cultivo da fruta. Isso reforça não apenas o valor comercial do maracujá, mas também sua importância social, especialmente em pequenas e médias propriedades do Sul do estado, onde ele é fonte essencial de renda.