Resumo
- A ExpoCannabis acontece de 14 a 16 de novembro em São Paulo e deve movimentar até R$ 6 milhões em negócios.
- O evento reúne 250 expositores e foca nos múltiplos usos da cannabis, além do medicinal e recreativo.
- Indústrias como têxtil, de alimentos, fertilizantes e iluminação participam com soluções ligadas ao cânhamo industrial.
- A feira antecipa os impactos da regulamentação do cultivo no Brasil, prevista para março de 2026.
- O evento conta com fóruns, congresso científico e se consolida como vitrine para inovação e sustentabilidade no setor.
A ExpoCannabis Brasil volta à capital paulista em sua terceira edição e promete aquecer o mercado com estimativas que variam entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões em negócios. Entre os dias 14 e 16 de novembro, o São Paulo Expo será palco de um dos eventos mais aguardados do ano para quem acompanha os avanços da cannabis no país — e não apenas do ponto de vista medicinal ou recreativo. A feira amplia o olhar para aplicações sustentáveis e soluções tecnológicas em torno da planta, com foco no desenvolvimento industrial, científico e econômico.
O evento contará com 250 expositores, entre representantes de universidades, indústrias emergentes e associações autorizadas para o cultivo medicinal da cannabis em larga escala. Entretanto, grande parte dos participantes vem de áreas que extrapolam o imaginário popular sobre o uso da planta. Estão presentes marcas e empreendimentos ligados à produção de tecidos, embalagens, acessórios, iluminação agrícola, fertilizantes e até moda sustentável — setores que já enxergam o cânhamo como uma matéria-prima promissora, econômica e de baixo impacto ambiental.
Além da exposição de produtos, o público poderá conhecer de perto equipamentos voltados ao processamento pós-colheita, bancos de sementes nacionais e internacionais, tecnologias para clonagem da planta e soluções voltadas à produção automatizada. A estrutura do evento ainda inclui fóruns internacionais, painéis científicos e um congresso exclusivo que estreia nesta edição — demonstrando o amadurecimento do debate no Brasil.
A aprovação do cultivo do cânhamo industrial no país, cuja regulamentação está prevista para 31 de março de 2026, surge como uma das grandes expectativas do setor. Trata-se de uma variedade da Cannabis sativa com baixos níveis de THC (tetrahidrocanabinol), que oferece diversas possibilidades comerciais, sem efeitos psicotrópicos. Indústrias como a de alimentos e a têxtil devem liderar esse novo ciclo produtivo, abrindo espaço para modelos de negócios sustentáveis e lucrativos.
O cenário atual é de expansão e quebra de paradigmas. O evento se posiciona como uma vitrine de oportunidades econômicas, ao mesmo tempo que busca desmistificar o uso da planta e informar o público sobre seus benefícios. O crescimento de iniciativas empreendedoras no segmento também fortalece a cadeia produtiva, que vai do cultivo legalizado à industrialização, com impactos na geração de emprego, inovação tecnológica e sustentabilidade.
A edição anterior da ExpoCannabis já dava sinais dessa transformação cultural. Entre os visitantes, chamou atenção a presença de uma senhora de 94 anos em cadeira de rodas, interessada em conhecer os múltiplos usos da planta — um reflexo simbólico da abertura social crescente em torno do tema.
Para quem deseja participar, os ingressos variam entre R$ 140 (solidário individual) e R$ 315 (passaporte solidário para os três dias, com entrega de alimento). A proposta vai além do entretenimento ou da curiosidade científica: é uma janela para o futuro da cannabis no Brasil, com diálogo entre ciência, indústria e sociedade civil.



