Resumo
A EPE reforçou, durante evento preparatório para a COP30, o papel do planejamento energético como ferramenta essencial para transformar metas climáticas em investimentos viáveis.
Gustavo Naciff destacou que instrumentos como o PDE e os Relatórios R ajudam a reduzir riscos, atrair capital privado e orientar a expansão do setor elétrico.
O Brasil já conta com 88% de sua matriz elétrica baseada em fontes renováveis, graças ao alinhamento entre planejamento técnico, política pública e financiamento.
Iniciativas como o Obepe e o Diagnóstico do Cozimento Limpo mostram o compromisso da EPE com uma transição energética inclusiva e socialmente justa.
A participação da EPE no evento evidencia a estratégia nacional de liderar a transição energética global com segurança, equidade e responsabilidade climática.
À medida que o mundo se prepara para a COP30, prevista para acontecer em Belém (PA), o Brasil vem reforçando sua atuação estratégica no cenário internacional da transição energética. Nesse contexto, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) assumiu papel de destaque durante o evento “Mutirão da Transição Energética para a COP30”, promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME). A iniciativa reuniu representantes do governo, setor privado, agências internacionais e instituições financeiras em um esforço conjunto para acelerar soluções climáticas concretas.
ℹ️ Nota de contexto:
As informações deste artigo baseiam-se em dados públicos divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Os números e planos mencionados refletem o cenário vigente até a data da publicação e podem ser atualizados conforme novas etapas da transição energética.
Durante o painel “Planejamento energético para uma transição justa e inclusiva”, o assessor da presidência da EPE, Gustavo Naciff, ressaltou a importância do planejamento de longo prazo como ferramenta fundamental para alinhar ambições climáticas à realidade dos investimentos. Em sua apresentação, Naciff enfatizou que a previsibilidade gerada por esse planejamento é o que permite ao Brasil atrair capital privado com segurança, confiança e visão de futuro.
Instrumentos que transformam ambição em ação
Entre os exemplos citados, Naciff destacou os Relatórios R e o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), produzidos pela EPE. Esses documentos são fundamentais na estruturação dos leilões de transmissão de energia, que já viabilizaram mais de 120 mil quilômetros de linhas elétricas e cerca de R$ 397 bilhões em investimentos. “Esses instrumentos não apenas guiam políticas públicas, mas também reduzem custos, criam sinergias e otimizam decisões”, pontuou.
Além disso, o avanço das energias renováveis no Brasil – que já representam 88% da matriz elétrica nacional – é resultado direto desse alinhamento entre política energética, financiamento e planejamento técnico. O compromisso com uma matriz cada vez mais limpa e resiliente é reforçado pela atuação coordenada entre diferentes esferas da gestão pública e o setor produtivo.
Planejamento com foco em inclusão e justiça social
Outro ponto relevante da participação da EPE foi a ênfase nas dimensões sociais e regionais da transição energética. Gustavo Naciff mencionou iniciativas como o Observatório Brasileiro de Erradicação da Pobreza Energética (Obepe) e o Diagnóstico sobre o Acesso ao Cozimento Limpo, que avaliam e propõem soluções para enfrentar desigualdades no acesso à energia.
Essas ações integram um esforço mais amplo de planejamento que vai além da geração e distribuição de energia: trata-se de uma visão que busca equidade, acesso universal e sustentabilidade econômica. Os capítulos dedicados à transição justa nos documentos PDE 2034 e PNE 2055 sinalizam esse compromisso com um futuro que seja, ao mesmo tempo, inclusivo e descarbonizado.