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Um empreendedor europeu transformou sua empresa ao descobrir que preservar pequenos seres pode ser mais revolucionário do que exterminá-los.

A história de Hans-Dietrich Reckhaus revela como um negócio construído sobre a eliminação de insetos passou a defender sua proteção e repensar o consumo desses produtos.

by Claudio P. Filla
5 de dezembro de 2025
in Noticias
Hans-Dietrich Reckhaus/ Divulgação

Hans-Dietrich Reckhaus/ Divulgação

Resumo

• A transformação de Hans-Dietrich Reckhaus começou após um projeto artístico que o fez repensar o impacto dos inseticidas sobre os insetos e a biodiversidade.
• Ele reformulou sua empresa para conscientizar consumidores, adicionando alertas e orientações que desencorajam o uso contínuo dos produtos.
• A mudança reduziu significativamente sua receita, mas trouxe propósito e alinhamento ético ao seu trabalho, priorizando significado acima do lucro.
• O selo Insect-Respect e áreas de compensação ecológica tornaram-se pilares da nova fase da empresa, influenciando varejistas e grandes corporações europeias.
• A jornada, marcada por críticas e apoio, consolidou o empresário como referência em preservação de insetos, apesar da resistência inicial até dentro da própria família.

Quando Hans-Dietrich Reckhaus assumiu o comando da empresa de inseticidas fundada por seu pai, em 1995, ele seguia a rota mais previsível do setor: fabricar soluções cada vez mais eficientes para eliminar moscas, formigas, traças e qualquer outro inseto que se infiltrasse nas casas. Era um caminho óbvio, consolidado e lucrativo. Entretanto, essa trajetória começou a se desfazer quando uma ação de marketing — aparentemente trivial — o expôs a uma reflexão capaz de virar seu mundo de cabeça para baixo.

O ponto de virada surgiu quando ele desenvolveu uma nova armadilha para moscas e, buscando promover o produto, procurou os artistas conceituais Frank e Patrik Riklin. O que esperava ser uma parceria promocional acabou se transformando em um questionamento profundo. Os artistas recusaram a proposta e, em vez de celebrar a morte de insetos, defenderam que a sociedade precisava olhar para eles com outros olhos. Desse contraste nasceu um projeto artístico que mudaria a vida do empresário.

Um experimento artístico que virou revelação

A iniciativa envolveu o pequeno vilarejo de Deppendorf, com cerca de mil moradores. Durante uma semana, os habitantes capturaram moscas — vivas, intactas — e, ao final da experiência, uma delas recebeu tratamento digno de celebridade. Batizada de “Erika”, a mosca percorreu de limusine, helicóptero e avião até chegar a um hotel cinco estrelas. O gesto performático parecia excêntrico, mas tinha um propósito: provocar um debate sobre a percepção humana em relação aos insetos.

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Passados treze anos, aquele experimento continua sendo o estopim que levou Reckhaus a revisar crenças pessoais, valores éticos e a própria estrutura de sua empresa. Assim, um negócio historicamente dedicado ao extermínio tornou-se, gradualmente, um porta-voz da preservação.

Produtos que ensinam o consumidor a não usá-los

A partir desse processo de revisão interna, Reckhaus decidiu transformar sua linha de produtos. Hoje, cada embalagem traz explicações sobre a importância ecológica dos insetos, além de orientações práticas para mantê-los afastados de casa sem recorrer ao extermínio. Algumas embalagens carregam, inclusive, alertas frontais e incisivos: “Cuidado, mata insetos importantes.”

A intenção, segundo ele, é provocar o público por meio da informação, mostrando que o uso repetido de inseticidas não deveria ser uma rotina, mas uma exceção. “Ele [o consumidor] aprenderá como manter os insetos fora de casa e não comprará o produto novamente no futuro”, afirma o empresário, ciente da contradição que carrega.

Quando propósito pesa mais que lucro

Assumir essa postura custou caro. A reestruturação da empresa reduziu sua receita em 30% e fez despencar mais de 80% de sua margem de lucro ao longo da última década. Ainda assim, Reckhaus sustenta que nunca esteve tão alinhado ao próprio trabalho. O que antes era a busca pelo lucro máximo para, depois, fazer algo útil, tornou-se um movimento inverso: atuar com o máximo de significado e, dentro desse caminho, gerar o necessário para viver.

A mudança também o levou a questionar fundamentos do setor. Em sua visão, não basta apostar na neutralidade climática se a biodiversidade segue ameaçada. Por isso, ele insiste que empresas devem revisar seus modelos de negócios mais profundamente, em vez de apenas ajustá-los superficialmente.

Mudanças estruturais dentro e fora da empresa

Interromper a produção de inseticidas não parecia a solução mais inteligente, até porque o mercado não desapareceria por causa de uma decisão isolada. Assim, ele passou a atuar em duas frentes: continuar oferecendo produtos tradicionais e, ao mesmo tempo, criar soluções que capturam insetos sem matá-los. Além disso, adotou uma medida inédita no setor: calcular o impacto ecológico de seus produtos e compensá-lo com áreas especialmente destinadas à preservação de insetos.

Nasceu daí o selo Insect-Respect, idealizado para certificar produtos que, ao gerarem impacto negativo inevitável, também financiam habitats dedicados a repor parte desse dano. Redes varejistas como Aldi, Migros, Rossmann, Budni, DM e Spar já aderiram ao selo em suas linhas próprias. Apenas em 2024, mais de 14 milhões de embalagens certificadas circularam pela Europa.

Uma rede crescente de apoiadores

A iniciativa não ficou restrita ao varejo. Empresas como Ikea, KPMG e Ritter Sport passaram a criar refúgios para insetos com apoio técnico da Insect-Respect. Telhados, jardins corporativos e áreas industriais começaram a receber flora regional adequada, ampliando a conectividade ecológica em áreas urbanizadas.

A demanda vem crescendo tanto que faltam profissionais qualificados. Para suprir essa lacuna, Reckhaus criou a Insectemy, uma “academia” dedicada a treinar paisagistas na criação de espaços amigáveis aos insetos — uma síntese perfeita de como educação e mercado podem se complementar.

Entre elogios, resistência e rupturas pessoais

A transformação rendeu prêmios e reconhecimento, mas também desconfortos. Um deles dentro da própria família. O fundador da empresa, já falecido, não concordou com a guinada e evitava o assunto. “Ele era muito descrente até o fim”, lembra o empresário com franqueza. Entretanto, mesmo enfrentando críticas, o movimento personalizou a marca e atraiu pessoas que compartilham da mesma visão. “Hoje eles são meus aliados, meus amigos, meus apoiadores. Isso me traz uma alegria incrível todos os dias.”

A contradição inicial — um fabricante de inseticidas defendendo a preservação de insetos — tornou-se justamente o ponto central de sua mensagem. Um lembrete de que a mudança, quando nasce de um incômodo genuíno, pode transformar até mesmo os mercados mais resistentes.

  • Claudio P. Filla

    Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.

    E-mail: [email protected]

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