Resumo
- A receita da indústria de máquinas agrícolas caiu 1,8% em setembro, totalizando R$ 6,06 bilhões, mesmo com o aumento no volume de vendas.
 - Foram comercializadas 6.979 unidades de tratores e colheitadeiras, com alta de 27,3% frente a setembro de 2024, impulsionadas pela demanda interna.
 - As exportações do setor cresceram 8,8% em relação ao ano anterior, somando US$ 149,2 milhões em setembro e US$ 1,17 bilhão no acumulado do ano.
 - As importações aumentaram frente a agosto, mas caíram 20,7% no comparativo anual; destaque para maior compra de equipamentos da China.
 - A Abimaq projeta crescimento de 8% nas vendas de máquinas agrícolas em 2025, apoiada na retomada da demanda e expectativa de nova safra.
 
Enquanto o setor de máquinas e implementos agrícolas vê sua receita recuar ligeiramente, os números revelam um movimento curioso: o volume de vendas segue em alta. Em setembro, o faturamento da indústria brasileira caiu 1,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior, somando R$ 6,06 bilhões. No entanto, o mercado interno apresentou uma movimentação diferente do esperado, com mais tratores e colheitadeiras saindo das fábricas em direção ao campo.
A receita obtida dentro do país fechou o mês em R$ 5,27 bilhões, marcando uma retração de 2,2% na comparação anual. Ainda assim, a quantidade de máquinas comercializadas subiu consideravelmente. Foram vendidas 6.979 unidades, alta expressiva de 27,3% em relação a setembro do ano passado e de 23% frente a agosto, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Essa movimentação positiva nas vendas está diretamente ligada à recuperação gradual da demanda doméstica, especialmente em regiões onde a safra começa a mostrar sinais de retomada. O crescimento no número de equipamentos adquiridos pode estar associado também a condições mais favoráveis de crédito e ao esforço de renovação da frota em propriedades de médio e grande porte.
Exportações em ritmo acelerado impulsionam a balança do setor
Além do bom desempenho nas vendas internas, o setor também colheu resultados positivos nas exportações. Em setembro, foram embarcados US$ 149,2 milhões em máquinas agrícolas, o que representa um avanço de 10,6% sobre agosto e de 8,8% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, entre janeiro e setembro, o total exportado atingiu US$ 1,17 bilhão — crescimento de 6,6% na base anual.
Mesmo com esse fôlego, o desempenho no mercado externo ainda sofre os impactos da redução nas compras por parte dos Estados Unidos, principal destino internacional das máquinas fabricadas no Brasil. A Abimaq não detalhou os dados específicos dessa queda, mas o cenário mostra que, apesar do avanço geral, ainda há pressão sobre a indústria exportadora.
Aumento nas importações e leve retração na geração de empregos
Em relação às importações, o mês de setembro trouxe um comportamento misto. As despesas com a compra de máquinas do exterior somaram US$ 95,8 milhões — número que representa uma alta de 11,3% frente a agosto, mas queda de 20,7% quando comparado com setembro do ano passado. Parte desse movimento é reflexo do aumento da aquisição de equipamentos provenientes da China, como informou Leonardo Gatto Silva, coordenador de economia e estatística da Abimaq.
Já o número de pessoas empregadas na indústria de máquinas agrícolas caiu 1,1% em relação ao mês anterior, fechando setembro com cerca de 125,3 mil postos de trabalho. Apesar disso, o total ainda é 8,2% superior ao registrado em setembro de 2024, o que demonstra uma base de emprego sólida no setor, sustentada principalmente pela produção interna.
Perspectivas otimistas para 2025 mantêm o otimismo do setor
Mesmo diante da leve queda na receita, a Abimaq segue confiante em relação ao desempenho de 2025. A expectativa atual é de um crescimento de 8% nas vendas de máquinas e implementos agrícolas no próximo ano. Em setembro, a projeção variava entre 6% e 10%, indicando um viés positivo no comportamento do mercado nos próximos meses.
 


