Transformar a varanda em um refúgio verde vai muito além da estética: ao escolher as espécies certas, é possível unir beleza, aroma e funcionalidade no mesmo espaço. As plantas aromáticas, além de criarem um ambiente mais fresco e acolhedor, ainda têm o poder de afastar naturalmente os insetos, graças aos compostos presentes em suas folhas e flores. O segredo está em cultivar espécies que liberam fragrâncias específicas capazes de repelir pernilongos, mosquitos e formigas, sem recorrer a produtos químicos.
Para Mel Maria, jardineira consultada pelo agronamidia, o cultivo de plantas com propriedades repelentes tem ganhado espaço em varandas urbanas, especialmente em apartamentos. “É uma forma natural e funcional de manter o ambiente mais agradável e protegido. Além disso, o aroma dessas espécies contribui para o bem-estar do morador e pode ser aproveitado em infusões, receitas ou mesmo na aromaterapia doméstica”, explica.
Manjericão
Muito mais do que tempero para pratos italianos, o manjericão é conhecido por afastar mosquitos como o Aedes aegypti, vetor da dengue. Seu perfume intenso — principalmente o da variedade roxa ou do manjericão-cravo — é liberado com facilidade ao menor toque das folhas. Ele se adapta bem a vasos, desde que receba algumas horas de sol direto e regas regulares. Quando bem cuidado, torna-se uma planta vigorosa, com folhas que podem ser utilizadas frescas em saladas, molhos e até em óleos aromáticos.

Segundo o agrônomo Ricardo Trajano, especializado em agricultura urbana, essa é uma planta que vale a pena incluir em qualquer varanda. “Ela atua como repelente e ainda promove uma experiência sensorial completa, envolvendo aroma, sabor e cor. É um dos meus primeiros incentivos quando alguém quer começar uma horta funcional em casa”, afirma.
Hortelã
Fácil de cuidar e extremamente aromática, a hortelã agrada por seu frescor e também por sua eficiência em manter formigas e moscas afastadas. Seu aroma mentolado tem um efeito repelente natural e ainda contribui para deixar o ar mais leve e perfumado.

A planta aprecia solos úmidos e bem drenados, sendo ideal para locais com boa luminosidade, mas sem sol direto o dia todo. Pode ser cultivada em vasos, jardineiras ou até em canteiros verticais, desde que tenha espaço para se expandir — ela é de crescimento rápido e vigoroso.
Lavanda
Com flores roxas delicadas e perfume marcante, a lavanda conquista pela estética e funcionalidade. A planta é conhecida por espantar pernilongos e traças, além de atrair abelhas e borboletas — o que ajuda a biodiversidade do seu microjardim. A lavanda prefere locais ensolarados e solos secos, com pouca umidade. Por isso, regas em excesso devem ser evitadas. Sua presença na varanda proporciona um toque provençal ao ambiente e, ao mesmo tempo, cria uma barreira aromática contra insetos.

Priscila ressalta o valor decorativo da lavanda: “É uma planta que traz leveza e uma atmosfera de descanso. O aroma relaxante é perfeito para varandas que funcionam como áreas de leitura ou contemplação.”
Alecrim

O alecrim é uma das plantas mais resistentes entre as aromáticas e, além do sabor inconfundível que confere aos pratos, também é um poderoso repelente natural de insetos voadores. Seu aroma forte tem ação contra mosquitos e até mesmo baratas. Por se tratar de uma planta que gosta de sol pleno, o ideal é deixá-la próxima à borda da varanda ou em jardineiras suspensas bem iluminadas. Suas folhas podem ser utilizadas em chás, banhos energéticos ou como defumadores naturais.
Citronela
Famosa por seu efeito repelente, a citronela é uma espécie essencial quando o objetivo é criar uma barreira natural contra mosquitos. Seu óleo essencial é amplamente utilizado na indústria cosmética e em velas aromáticas, mas a planta in natura também cumpre bem esse papel em varandas e varandins. É uma gramínea de crescimento rápido que exige um espaço maior para se desenvolver. Com boa drenagem e sol direto, ela se torna uma aliada poderosa — especialmente durante o verão, quando a incidência de insetos é maior.

Ricardo lembra que o efeito repelente da citronela se intensifica com o vento. “Quando a brisa bate nas folhas, ela ajuda a dispersar os óleos essenciais no ambiente, criando um campo de proteção natural”, explica o agrônomo.



