Ter um jardim externo impactante e de baixa manutenção não precisa, necessariamente, passar pelas escolhas mais tradicionais. Aliás, ao optar por espécies menos óbvias, é possível criar cenários únicos, valorizando ainda mais o projeto paisagístico e tornando o espaço uma verdadeira extensão da natureza. Além disso, muitas plantas menos conhecidas se adaptam perfeitamente ao clima brasileiro e têm necessidades de cuidado muito simples.
Segundo a paisagista e professora universitária Cláudia Ronchi, “um bom jardim deve dialogar com o ambiente e surpreender, seja pela escolha das espécies, seja pelo efeito de texturas, volumes e cores”. Assim, selecionar plantas diferenciadas pode ser a chave para um paisagismo mais autoral e interessante.
Grevílea-anã (Grevillea juniperina)
Para quem deseja um jardim que combine rusticidade e beleza contínua, a grevílea-anã (Grevillea juniperina) é uma aposta certeira. Nativa da Austrália, essa espécie se adapta com facilidade ao sol pleno, ao solo arenoso e às variações climáticas mais severas.

Suas folhas finas e as flores em tons de vermelho, amarelo ou rosa surgem em profusão, principalmente nas estações mais quentes, criando um verdadeiro espetáculo natural. Conforme ressalta Cláudia, “além de ornamentar, a grevílea-anã é excelente para atrair beija-flores e abelhas nativas, contribuindo para a biodiversidade do jardim”.
Chuva de prata (Leucophyllum frutescens)
Pouco conhecida fora dos projetos de paisagismo mais sofisticados, a leucófila (Leucophyllum frutescens) encanta à primeira vista com sua folhagem prateada e suas flores que variam do lilás ao roxo intenso. Além disso, a planta é extremamente tolerante à seca e resistente a solos pobres, sendo ideal para jardins com baixa necessidade de irrigação.

De acordo com o engenheiro agrônomo Caio Zangirolami, “a leucófila é uma planta inteligente para projetos sustentáveis, pois floresce após chuvas e exige regas mínimas, economizando recursos hídricos”.
Lantana-cambará (Lantana camara)
Entretanto, se a ideia é trazer cor viva ao espaço, o lantana-cambará (Lantana camara) pode ser a escolha perfeita. Suas pequenas flores, que mudam de cor conforme amadurecem — do amarelo para o laranja ou rosa —, oferecem ao jardim uma paleta dinâmica e vibrante.

Muito tolerante ao calor intenso e à seca, essa espécie preenche rapidamente espaços vazios, sendo ótima para formar maciços de impacto visual. Assim, seu uso em bordaduras ou encostas contribui para criar uma sensação de abundância e vitalidade.
Capim-do-texas
Para quem busca um jardim mais contemporâneo e fluido, o capim-do-texas (Pennisetum setaceum) surge como uma excelente escolha. Com sua folhagem arqueada e espigas sedosas que dançam ao vento, essa gramínea ornamental traz movimento e leveza aos espaços externos.

Aliás, por ser extremamente rústico e resistente a solos pobres, o capim-do-texas exige manutenção mínima, necessitando apenas de uma poda anual para renovação. Segundo Caio Zangirolami, “essa espécie é perfeita para composições de jardins modernos, xerófitos e até projetos minimalistas”.
Palmeira-leque
Por fim, para marcar presença e estruturar o jardim com elegância, a palmeira-leque (Licuala grandis) é uma opção fora do comum. Apesar de ser tropical, adapta-se bem a regiões mais sombreadas e tolera ventos moderados.

Suas folhas grandes em forma de leque chamam a atenção pela simetria e brilho natural, tornando-se um ponto focal em qualquer projeto de paisagismo. Além disso, seu crescimento relativamente lento facilita o controle do espaço ocupado, tornando-a ideal tanto para jardins extensos quanto para composições menores.
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