Se engana quem pensa que o excesso de sol é um desafio para a jardinagem doméstica. Na verdade, há plantas que não apenas toleram bem a luz intensa como se desenvolvem melhor quando expostas diretamente a ela. São espécies que transformam qualquer canto ensolarado em um verdadeiro espetáculo de cores, formas e texturas. De varandas escaldantes a jardins expostos ao norte, essas plantas brilham em ambientes onde a luz solar predomina — e o melhor: sem exigir grandes manutenções.
Segundo a paisagista Cris Bermudez, o segredo está em escolher espécies adaptadas ao nosso clima tropical, que valorizem tanto o paisagismo quanto a praticidade. “Muitas dessas plantas têm folhas espessas ou cerosas, sistemas radiculares fortes e uma rusticidade que permite longos períodos de sol direto sem sofrerem danos”, explica.
Petúnias
Entre as mais populares para jardineiros amadores e profissionais, as petúnias são flores de clima quente que florescem com exuberância principalmente na primavera e verão. Suas pétalas podem surgir em tons que variam do branco ao roxo intenso, passando por combinações rajadas que enchem os vasos de alegria. Para que cresçam com vigor, prefira cultivá-las em locais que recebam pelo menos seis horas de luz solar por dia.

A rega deve ser feita sempre na base, de duas a três vezes por semana, mantendo o solo levemente úmido — sem jamais encharcar. Além do visual delicado, as petúnias também têm uma função prática: atraem polinizadores como abelhas e borboletas, contribuindo para o equilíbrio ecológico do jardim.
Alpínia
Com suas inflorescências exuberantes em tons vibrantes de vermelho e rosa, a alpínia (Alpinia purpurata) é uma das favoritas em composições tropicais. Natural de regiões quentes e úmidas, ela prefere o sol pleno, mas também se adapta à meia-sombra.

O solo deve permanecer úmido, mas com boa drenagem — o acúmulo de água é prejudicial. “É uma planta que valoriza o paisagismo com elegância e funciona muito bem até como flor de corte para arranjos decorativos”, ressalta a arquiteta paisagista Renata Guastelli.
Camarão-amarelo
Nativo do México, o camarão-amarelo (Pachystachys lutea) é um arbusto ornamental que se destaca pelas brácteas amarelas em forma de espigas, que abrigam pequenas flores brancas.

Ideal para jardins ensolarados, deve ser cultivado em sol pleno, com regas a cada dois dias, sempre mantendo o substrato úmido sem encharcar. O visual tropical chama atenção, mas é sua capacidade de atrair beija-flores que encanta os apaixonados por vida ao ar livre.
Capim-do-Texas
Para quem busca um efeito ornamental mais natural e dinâmico, o capim-do-Texas (Pennisetum setaceum) é uma escolha certeira. Suas folhas finas e espigadas dançam com o vento e oferecem um toque campestre a caminhos, muros ou renques de jardim.

É resistente ao calor, à seca e até ao frio leve, sendo indicado para jardineiras ou composições em maciços. Segundo Cris Bermudez, ele também pode ser usado em vasos maiores, onde se destaca pela leveza do conjunto visual.
Moreia
Apesar de sua aparência modesta, a moreia (Dietes bicolor) surpreende pela resistência. Suas flores em tons de amarelo com manchas escuras aparecem com frequência ao longo do ano, mesmo em áreas de calor intenso.

Gosta de regas periódicas, clima moderado e um solo bem drenado. Ao plantar, respeite o espaço entre as mudas para garantir uma boa ventilação e evitar doenças fúngicas.
Onze-horas
Poucas plantas se adaptam tão bem ao clima seco e ao sol escaldante quanto a popular onze-horas (Portulaca grandiflora). Suas flores só se abrem quando os raios solares estão a pino, criando um efeito curioso e encantador nos dias de verão.

Além disso, é uma das opções mais indicadas para jardineiras de sacadas, floreiras suspensas e jardins de pedras. Requer pouca água, solo arenoso e muita luz para florescer em abundância — tudo com mínimo esforço.
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