Poucas plantas conseguem unir impacto visual, resistência e baixo cuidado como o formio. Conhecido cientificamente como Phormium tenax, esse vegetal de origem neozelandesa tornou-se presença constante em jardins contemporâneos por conta da sua folhagem robusta, que se ergue como leques coloridos, e da sua impressionante capacidade de adaptação. Muito antes de ser uma escolha estética, o formio já era utilizado por povos indígenas Maori na Nova Zelândia na produção de fibras têxteis — o que explica sua resistência natural e estrutura firme.
No paisagismo brasileiro, ele caiu no gosto de quem procura sofisticação com praticidade. “O formio é uma planta de grande valor ornamental justamente por sua arquitetura. As folhas compridas e verticais criam um ritmo visual que combina tanto com jardins tropicais quanto com projetos mais minimalistas”, explica o arquiteto paisagista Luiz Roberto Oliveira, que atua em projetos de áreas externas no interior de São Paulo. Segundo ele, uma das maiores vantagens do Phormium tenax é sua versatilidade: pode ser cultivado isoladamente como ponto focal, usado em maciços ou mesmo em grandes vasos decorativos, inclusive em varandas de meia-sombra.
Uma planta, várias possibilidades visuais
O formio apresenta folhas longas, que podem alcançar até 1,5 metro de altura, em tons que variam do verde profundo ao vinho avermelhado — dependendo da variedade escolhida. Algumas cultivares oferecem ainda listras em tons de creme ou bronze, o que dá um toque exótico à composição. “É comum usarmos o formio para estruturar o canteiro e trazer movimento visual. Ele conversa bem com suculentas, gramíneas e até com flores tropicais como helicônias e estrelítzias”, explica a paisagista e jardineira urbana Daniela Matos, conhecida por seus jardins de baixa manutenção em áreas urbanas.

Outro ponto que favorece o uso dessa planta é sua capacidade de permanecer bonita ao longo do ano, sem depender de floração. As folhas são o grande destaque e permanecem vigorosas mesmo em períodos mais secos. Além disso, mesmo não sendo nativa do Brasil, o formio adapta-se bem aos nossos climas, desde que receba boa iluminação e não fique exposto a geadas intensas por longos períodos.
Como cultivar o formio com sucesso
Apesar da aparência robusta, o cultivo do Phormium tenax é bastante simples. Essa é uma planta que prefere sol pleno, mas também se desenvolve bem em áreas com luz difusa. O solo ideal é fértil, bem drenado e enriquecido com matéria orgânica, o que favorece o enraizamento e evita o apodrecimento das raízes. “É uma espécie que não tolera encharcamento. Por isso, o mais importante no plantio é garantir boa drenagem, especialmente se for cultivada em vasos”, orienta Daniela.
A rega deve ser moderada. Em dias mais quentes ou em regiões secas, é recomendado irrigar duas vezes por semana. Já em períodos de chuva ou locais mais úmidos, a planta pode passar mais tempo sem água. A adubação com produtos orgânicos ricos em nitrogênio ajuda a manter as folhas vistosas, especialmente em plantas jovens que ainda estão se estabelecendo no jardim.
Manutenção e cuidados especiais
Por ser uma planta perene, o formio praticamente dispensa podas frequentes. Quando necessário, o ideal é remover as folhas secas ou danificadas para manter o aspecto limpo e saudável. Em projetos com canteiros extensos, uma poda leve anual ajuda a controlar o volume da planta e a renovar o vigor da folhagem.

É importante lembrar que, apesar de ser bastante resistente, o formio pode sofrer com excesso de sombra ou solos muito compactados. Para garantir seu melhor desempenho, escolha sempre um local bem ventilado, com luminosidade adequada. A planta também apresenta boa tolerância a ventos e pode ser utilizada como bordadura em áreas mais expostas.
Uma escolha que alia estética e funcionalidade
Além do seu apelo visual, o Phormium tenax também contribui com a biodiversidade do jardim, criando abrigo para pequenos insetos e integrando composições de ecossistemas mais diversos. Sua rusticidade o torna uma excelente escolha para quem deseja um jardim exuberante sem precisar de cuidados excessivos.
“Acredito que o formio é uma planta que transmite força e leveza ao mesmo tempo. Ele tem presença, mas não pesa. Isso o torna ideal para equilibrar espaços que precisam de identidade visual, mas com baixa manutenção”, finaliza o paisagista Luiz Roberto.
Com tantos atributos, o formio segue conquistando espaço em jardins residenciais, áreas corporativas e até em projetos de jardins públicos. Uma planta que prova que, às vezes, basta uma folha bem desenhada para transformar todo o cenário.