Resumo
• A murta-de-cheiro é uma espécie ornamental que floresce o ano inteiro e libera um aroma adocicado semelhante ao mel, ideal para perfumar varandas e entradas de casa.
• Adaptada ao clima brasileiro, possui folhas brilhantes, flores brancas perfumadas e um porte compacto que se desenvolve muito bem em vasos profundos e bem drenados.
• A planta exige luminosidade abundante, entre sol pleno e meia-sombra, além de regas moderadas que mantenham o solo úmido sem encharcamento.
• A adubação rica em fósforo e podas após a floração ajudam a manter a murta sempre bonita, estimulando novas brotações e flores contínuas ao longo do ano.
• Aromática e versátil, a murta-de-cheiro transforma varandas e áreas externas em espaços sensoriais, atraindo polinizadores e criando uma atmosfera acolhedora.
Pequena, charmosa e perfumada, a murta-de-cheiro (Murraya paniculata) vem conquistando os apaixonados por plantas ornamentais que buscam beleza com praticidade. Nativa da Ásia e bem adaptada ao clima brasileiro, ela é daquelas espécies que parecem feitas sob medida para quem quer cultivar um pequeno arbusto florido e aromático mesmo em espaços limitados. Seu diferencial está na capacidade de florir praticamente o ano todo e de exalar um perfume doce e inconfundível — que muitos comparam ao cheiro do mel. Por isso, tornou-se uma das favoritas para varandas, sacadas e até mesmo entradas de casas.
A paisagista Marianne Ramos, especializada em projetos sensoriais para varandas, afirma que a murta é uma aliada perfeita para espaços urbanos que buscam um toque de frescor e bem-estar. “A floração contínua é um espetáculo à parte, mas o mais encantador é o aroma. O cheiro doce e floral atrai polinizadores e transforma a casa num ambiente vivo, vibrante”, comenta.
Folhagem delicada e flores com perfume marcante
A murta-de-cheiro pertence à família Rutaceae, a mesma da laranja e do limão, e não por acaso: seu perfume cítrico e adocicado lembra vagamente o das flores de citros. Com folhas pequenas, brilhantes e de um verde vibrante, ela forma uma copa densa e elegante. Mas são as flores brancas, pequenas e discretas que encantam — especialmente pelo aroma que exalam em dias quentes e ensolarados.

Quando cultivada em vasos, a planta pode atingir até 1,5 metro de altura, formando um pequeno arbusto compacto e ornamental. Isso a torna ideal para ambientes como varandas, terraços e até mesmo halls de entrada. Além disso, suas flores surgem em diferentes momentos do ano, especialmente após períodos de calor e boa luminosidade, o que reforça seu uso em locais com bastante sol.
Como cultivar murta-de-cheiro em vasos
Apesar da aparência delicada, a murta é uma planta rústica e de baixa manutenção, desde que alguns cuidados básicos sejam respeitados. O primeiro deles é a escolha do vaso: deve ser profundo, com no mínimo 40 cm, e conter drenagem eficiente, com camada de pedras no fundo e furos para escoamento da água. O substrato ideal é aquele rico em matéria orgânica, mas que também favoreça a aeração, podendo ser uma mistura de terra vegetal, húmus de minhoca e areia grossa.
A engenheira agrônoma Fabiana Fróes, especialista em cultivo de espécies tropicais, orienta atenção à rega: “A murta aprecia umidade moderada. O solo não deve secar completamente, mas o encharcamento também é prejudicial, especialmente em vasos. Uma dica prática é verificar a umidade com os dedos ou palito antes de regar novamente”, diz.
Além disso, ela ressalta a importância de posicionar o vaso em local de sol pleno ou meia-sombra luminosa, onde a planta possa receber entre 4 e 6 horas de luz direta por dia — condição essencial para estimular a floração frequente. Em ambientes muito sombreados, a planta tende a se desenvolver com menos vigor e floresce menos.
Adubação e poda para manter a planta sempre bonita
Embora não seja exigente, a murta-de-cheiro responde bem à adubação periódica, especialmente com fertilizantes ricos em fósforo (NPK 4-14-8) ou compostos orgânicos como farinha de ossos e torta de mamona. A adubação pode ser feita a cada dois meses durante a primavera e o verão, períodos de maior atividade metabólica da planta.
Quanto às podas, o ideal é realizá-las após a floração, com o objetivo de estimular novas brotações e manter o formato compacto. Folhas e galhos secos devem ser removidos com regularidade para evitar o acúmulo de pragas, e a limpeza estética ajuda a reforçar o visual ornamental da espécie.
Segundo Marianne, a murta também pode ser usada em topiarias leves ou cercas-vivas baixas, mesmo em vasos maiores. “Ela aceita bem o corte e rebrota com facilidade, mantendo a forma desejada sem perder a capacidade de florir”, destaca.
Um perfume para acolher quem chega
Além do uso paisagístico, a murta-de-cheiro tem um apelo sensorial que vai muito além da estética. Sua fragrância adocicada cria uma atmosfera acolhedora, que remete à ideia de lar e aconchego. Por isso, costuma ser posicionada próxima a portas de entrada, corredores externos ou varandas gourmet, onde o aroma pode ser sentido com facilidade por quem entra ou circula pelo espaço.
A presença da murta também contribui para atrair abelhas e pequenos insetos polinizadores, o que é benéfico para a biodiversidade urbana. Mesmo em vasos, ela cumpre esse papel de conexão com a natureza — algo que se tornou ainda mais valorizado nos projetos de paisagismo residencial dos últimos anos.



