Resumo
• A pata-de-canguru é uma espécie australiana de visual exótico, conhecida pelas flores aveludadas que lembram pequenas esculturas e trazem forte impacto visual ao jardim.
• Adaptada ao clima brasileiro, prospera em regiões quentes e ensolaradas, graças à sua origem em áreas áridas da Austrália e à rusticidade natural da espécie.
• As flores vibrantes atraem polinizadores, enquanto o porte ereto e as hastes longas conferem textura, altura e movimento em projetos paisagísticos variados.
• Versátil, pode ser cultivada em vasos ou diretamente no solo, desde que o ambiente ofereça sol abundante e excelente drenagem para evitar encharcamento.
• Rega moderada, adubação rica em fósforo e podas leves após a floração garantem vigor e beleza contínua, como destacam Paula Monteiro e Dr. Henrique Valladares.
A pata-de-canguru é aquele tipo de planta que provoca surpresa até mesmo nos jardineiros mais experientes. Basta observar suas flores alongadas e aveludadas para entender por que o Anigozanthos flavidus, nativo da costa oeste da Austrália, vem se tornando presença constante nos projetos paisagísticos brasileiros.
Em um primeiro olhar, as inflorescências parecem pequenas esculturas orgânicas que se erguem de hastes firmes, criando movimento, intensidade de cor e uma atmosfera quase cenográfica no jardim. Além disso, sua capacidade de prosperar em regiões quentes e ensolaradas faz da espécie uma aliada valiosa para quem busca impacto estético aliado à resistência.
Segundo a paisagista Paula Monteiro, a planta se adaptou tão bem ao clima do Brasil porque encontra aqui condições semelhantes às de seu habitat natural. “A pata-de-canguru responde muito bem à luz intensa e ao solo bem drenado. É uma espécie rústica, mas que entrega um efeito visual extremamente sofisticado”, comenta a profissional. O formato singular das flores, que lembram as patas do animal australiano, acabou reforçando ainda mais sua fama entre colecionadores e amantes de espécies exóticas.
Origem australiana e adaptação ao Brasil
Embora sua aparência desperte curiosidade, a história do Anigozanthos flavidus está profundamente ligada às paisagens áridas e ventosas do oeste australiano. Ali, a planta evoluiu para suportar variações térmicas, escassez de água e verões intensos. Essa rusticidade explica sua notável versatilidade quando cultivada em jardins brasileiros, especialmente em regiões de clima tropical e subtropical.
O biólogo Henrique Charles destaca que a espécie se comporta com vigor quando exposta ao sol e a solos leves. “Ela é extremamente resiliente. Mesmo em momentos de estiagem, mantém sua estrutura firme e continua produzindo hastes florais longas, que podem ultrapassar um metro de altura”, explica. Além disso, a planta floresce com abundância durante as estações quentes, oferecendo tonalidades que variam entre vermelho, laranja, verde e amarelo, dependendo da variedade.
Características que encantam paisagistas
Poucas plantas conseguem unir textura, cor e movimento de forma tão marcante quanto a pata-de-canguru. Suas flores tubulares, cobertas por uma fina penugem, criam um efeito aveludado que se intensifica sob a luz natural. O contraste entre as hastes rígidas e as flores vibrantes acrescenta profundidade ao jardim, funcionando tanto como elemento de destaque quanto como complemento em composições tropicais.

Além disso, é uma espécie altamente atrativa para polinizadores. Beija-flores e insetos visitam suas flores em busca de néctar, o que contribui para o equilíbrio ecológico do ambiente. Por isso, a planta aparece com frequência em projetos que valorizam biodiversidade e jardins sensoriais.
Versatilidade no paisagismo: do solo aos vasos
A pata-de-canguru pode ser cultivada diretamente no solo ou em vasos amplos, desde que o recipiente favoreça a drenagem. Em jardins residenciais, funciona bem tanto em canteiros quanto em composições com outras espécies tropicais. O hábito ereto das hastes cria altura e leveza, enquanto a base de folhas longas e arqueadas garante volume e textura.
Para Paula Monteiro, a planta ganha ainda mais destaque quando utilizada como ponto focal. “O ideal é posicioná-la onde a luz do sol realce suas cores, principalmente no início da manhã ou no fim da tarde, quando o brilho deixa as inflorescências quase iluminadas”, diz. Ela também pode acompanhar caminhos, bordas de muros ou áreas externas de circulação, já que suporta calor e vento sem perder vitalidade.
Cuidados essenciais para a planta prosperar
Apesar do visual exótico, o Anigozanthos flavidus exige poucos cuidados. Entretanto, alguns detalhes fazem diferença no desenvolvimento saudável da espécie. O primeiro deles é o solo: quanto mais drenado, melhor. A planta não tolera encharcamento e pode ter raízes comprometidas se o substrato reter umidade excessiva. Por isso, misturas com areia grossa, casca de pinus ou perlita são recomendadas para quem cultiva em vasos.
A rega deve ser moderada, sempre observando a secura do solo. Nos dias mais quentes, aumente a frequência; porém, em períodos de temperaturas amenas, aguarde que a terra esteja seca antes de molhar novamente. A luminosidade é outro ponto-chave: a pata-de-canguru precisa de sol pleno para manter a coloração vibrante das flores e estimular novas florações.
Aliás, o biólogo reforça que a planta responde muito bem à adubação rica em fósforo durante a primavera. “Ela utiliza essa energia para fortalecer as hastes florais e prolongar a floração. Adubos orgânicos bem equilibrados também ajudam a manter o vigor e a rusticidade da espécie”, afirma.
Por fim, vale lembrar que a planta aprecia circulação de ar e não lida bem com locais excessivamente úmidos ou abafados. Podas simples, realizadas ao final da floração, ajudam a renovar a touceira e estimular novos brotos.



