A beleza da bela-emília, também conhecida pelo nome científico Plumbago auriculata, vai além do tom suave de suas flores azuladas. Essa planta de origem sul-africana encontrou no clima tropical brasileiro um palco perfeito para se desenvolver com vigor e encantar quem busca um jardim com movimento, cor e delicadeza natural. Adaptável, resistente e generosa em floração, a espécie é uma aposta certeira para quem deseja criar uma cerca-viva informal ou dar leveza a muros e treliças, sem abrir mão da elegância.
Segundo a paisagista Elaine Kalil, a bela-emília é daquelas plantas que parecem feitas sob medida para o paisagismo tropical. “Ela tem um porte médio, com ramos longos e flexíveis que formam uma cascata natural quando bem conduzidos. Isso permite que ela seja usada tanto como arbusto quanto como trepadeira, o que dá uma versatilidade enorme nos projetos”, afirma. A tonalidade das flores, que pode variar entre o azul-claro e o quase lavanda, é outro diferencial que a torna única no jardim, sobretudo quando o objetivo é suavizar o paisagismo ou destacar pontos estratégicos com uma composição delicada.
Um toque exótico que se adapta bem ao clima do Brasil
Nativa da África do Sul, a bela-emília se adaptou com facilidade ao clima quente e ensolarado do Brasil, o que contribuiu para sua popularidade em áreas urbanas e rurais. Com crescimento rápido e floração praticamente contínua ao longo do ano — especialmente em regiões de clima ameno a quente —, a planta conquista jardineiros amadores e paisagistas profissionais.

De porte arbustivo e ramagem alongada, a espécie pode atingir até dois metros de altura quando não conduzida, mas responde muito bem a podas e conduções verticais. “Ela é perfeita para quem quer uma vegetação mais solta e com aspecto natural. Também vai muito bem como forração alta ou em cercas de fundo que recebem bastante sol”, destaca a engenheira agrônoma Mariana Prates, especialista em plantas tropicais e urbanas. Ainda segundo ela, uma das vantagens da bela-emília é sua rusticidade. “É uma planta que tolera podas frequentes, solos menos férteis e até mesmo períodos curtos de estiagem. Isso a torna excelente para quem quer um jardim bonito, mas de baixa manutenção.”
Como cultivar a bela-emília com sucesso
Embora seja resistente, a bela-emília valoriza alguns cuidados simples que fazem toda a diferença em seu desenvolvimento. O ideal é cultivá-la sob sol pleno, pois a luz direta estimula uma floração mais abundante. Em relação ao solo, o melhor é apostar em uma mistura rica em matéria orgânica e com boa drenagem, evitando o encharcamento. O espaçamento deve respeitar sua capacidade de expansão — se plantada como cerca-viva, mantenha pelo menos 60 cm entre as mudas.

A rega, embora não precise ser diária, deve acompanhar o ritmo da terra: um solo levemente úmido favorece a saúde das raízes, mas o excesso pode ser prejudicial. Quanto à adubação, Mariana recomenda a aplicação de fertilizante orgânico rico em fósforo a cada dois meses durante os períodos de crescimento e floração. “Ela responde muito bem ao bokashi e ao NPK 4-14-8, que fortalecem o florescimento e mantêm a coloração vibrante das flores”, aponta.
Ideal para cercas vivas, vasos e canteiros com volume
No paisagismo, a bela-emília pode ser moldada para diversos usos. Em cercas e alambrados, forma uma cobertura ornamental que exige pouca manutenção e oferece privacidade natural. Já em muros, pode ser conduzida como uma trepadeira delicada, que cresce em cascata, criando um efeito visual marcante. Também se adapta a vasos grandes, desde que podada com frequência, tornando-se uma ótima opção para varandas, pátios ou corredores com bastante luminosidade.
Além disso, sua floração constante atrai borboletas e outros polinizadores, adicionando movimento e vida ao espaço verde. “Mesmo em jardins pequenos, uma única planta de bela-emília pode fazer diferença, especialmente se for usada como ponto focal ou em composição com outras espécies de tons contrastantes”, destaca Elaine.