Originária das regiões tropicais da América do Sul, a Bougainvillea spectabilis – popularmente chamada de Três Marias – conquistou espaço nos jardins do mundo todo por sua beleza impactante e capacidade de adaptação. Com brácteas vibrantes que variam entre rosa, lilás, vermelho, branco, laranja e até tons mistos, a planta não apresenta apenas um valor ornamental, mas também um simbolismo ligado à vitalidade e à celebração da vida.
Para a arquiteta paisagista Laura Nogueira, o fascínio está justamente na explosão de cores: “A Bougainville é uma obra de arte viva, capaz de transformar qualquer cenário sem exigir cuidados excessivos”.
Uma trepadeira que se reinventa
Com crescimento vigoroso, a Três Marias pode atingir até 12 metros de comprimento quando cultivada em solo, cobrindo pergolados, muros e estruturas com um manto colorido. Sua estrutura é semi-lenhosa e repleta de espinhos, característica que também a torna uma opção estratégica para cercas vivas de segurança.

Apesar de ser associada a grandes espaços, adapta-se bem a vasos e floreiras, desde que tenha suporte para o crescimento vertical e incidência adequada de luz. “O segredo é conduzir os ramos desde cedo para evitar um crescimento desordenado e garantir que a floração se espalhe por toda a estrutura”, explica o engenheiro agrônomo Renato Peixoto.
Popularidade e versatilidade no paisagismo
Além de seu uso clássico em áreas externas, a Bougainville também se destaca na composição de jardins, contrastando com folhagens verdes e flores mais delicadas.
Em regiões litorâneas, por exemplo, sua resistência à salinidade a torna ideal para emoldurar varandas e criar sombras floridas em espaços abertos. Quando cultivada em clima quente e seco, floresce de forma ainda mais intensa, proporcionando um espetáculo visual que se repete várias vezes ao ano.
Cuidados essenciais para prosperar
A Três Marias prefere solos bem drenados e ricos em matéria orgânica, com pH levemente ácido a neutro. Quanto ao ambiente, o ideal é que a trepadeira seja cultivada em locais de sol pleno, pois a luminosidade é determinante para a intensidade da floração. Já suas regas, devem ser moderadas para manter o solo levemente úmido, evitando o encharcamento que pode comprometer as raízes.

Por fim, a adubação, especialmente rica em fósforo e potássio, favorece a formação de novas flores e prolonga o período de floração. “Recomendo adubar a cada dois meses durante a primavera e o verão, quando a planta está mais ativa”, orienta Renato.
Podas e renovação
As podas devem ser realizadas logo após a floração, removendo ramos secos e direcionando o crescimento para novas áreas de cobertura. Essa prática não só mantém a forma desejada, como estimula novas brotações e uma floração mais abundante. Para quem busca um efeito ornamental de impacto, conduzir a Bougainville em arcos ou treliças é uma forma de destacar ainda mais seu potencial decorativo.