Resumo
• O abate de bovinos cresceu 7% no 3º trimestre de 2025, indicando maior oferta e produção de 2,95 milhões de toneladas de carcaças.
• Suínos e frangos também registraram expansão, reforçando a recuperação do ritmo produtivo das principais cadeias pecuárias.
• A aquisição de leite teve um dos maiores avanços do período, com aumento de 10,3% e maior entrada de matéria-prima nas indústrias.
• O volume de couro recebido pelos curtumes subiu 8,4%, acompanhando o crescimento do abate de bovinos.
• A produção de ovos cresceu no ano, mas apresentou leve queda frente ao trimestre anterior, mantendo estabilidade no setor.
O 3º trimestre de 2025 trouxe um retrato renovado da pecuária brasileira, marcado por crescimento contínuo e por uma dinâmica de produção que reforça o peso do setor no cenário agropecuário nacional. Os primeiros resultados das Estatísticas da Produção Pecuária, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam um período de forte atividade, especialmente no abate de bovinos, que continua sendo um dos termômetros mais importantes da economia rural.
Além disso, o mesmo movimento se repete com pequenas variações nos suínos, frangos, leite e couro, indicando que o ciclo do trimestre foi, de fato, favorável a diferentes cadeias produtivas.
O desempenho da bovinocultura: crescimento sólido e aumento da oferta de carne
No trimestre, 11,23 milhões de bovinos foram abatidos no país, sempre sob algum tipo de inspeção sanitária. Esse volume representa crescimento de 7,0% em comparação com o mesmo período de 2024 e expansão de 6,7% em relação ao 2º trimestre de 2025. Aliás, o resultado também se desdobra em um incremento expressivo na produção de carcaças, que atingiu 2,95 milhões de toneladas, avanço de 6,1% contra o ano anterior e de 10,9% frente ao trimestre imediatamente anterior.
Esse comportamento indica maior disponibilidade de animais terminados, mas também reforça o ritmo de recuperação do setor após períodos alternados de ajuste na oferta, algo característico dos ciclos pecuários brasileiros.
Crescimento no abate de suínos e a manutenção do ritmo produtivo
O setor de suínos também registrou avanço significativo. Foram 15,80 milhões de cabeças abatidas no trimestre, número que supera em 5,3% o desempenho do mesmo período de 2024 e apresenta alta de 4,7% na comparação com o trimestre anterior. O peso acumulado das carcaças, que chegou a 1,49 milhão de toneladas, acompanhou esse movimento, crescendo 6,1% frente ao ano anterior e repetindo o aumento de 4,7% observado no trimestre anterior.
O resultado sugere estabilidade na demanda dos frigoríficos e continuidade dos investimentos produtivos, além de refletir o bom desempenho de regiões onde a suinocultura é tradicionalmente forte.
Frangos mantêm expansão e reforçam presença no mercado
O abate de frangos também acompanhou a tendência geral de expansão. No período, o setor acumulou 1,69 bilhão de cabeças abatidas, avanço de 2,8% em relação ao 3º trimestre de 2024 e alta de 3,0% quando comparado ao trimestre imediatamente anterior. O peso das carcaças atingiu 3,59 milhões de toneladas, crescendo 3,0% sobre o ano anterior e 1,0% em relação ao trimestre passado.
Mesmo com oscilações no preço dos grãos e desafios logísticos, a avicultura manteve sua força, sustentada pelo alto consumo interno e pela representatividade do Brasil no mercado internacional. Entre todas as atividades acompanhadas pelo IBGE, a aquisição de leite foi uma das que apresentou o crescimento mais expressivo.
No trimestre, os estabelecimentos sob inspeção adquiriram 7,01 bilhões de litros de leite cru, volume 10,3% maior que o registrado em 2024 e 7,5% acima do trimestre anterior. Esse salto indica não apenas maior oferta nas propriedades, mas também melhoria nas condições climáticas e no desempenho das pastagens, elementos essenciais para a produtividade da pecuária leiteira.
A expansão na aquisição de couro acompanhando o ciclo da carne
Os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro receberam 11,44 milhões de peças inteiras de couro no período, movimento que resultou em incremento de 8,4% em relação ao mesmo trimestre de 2024 e aumento de 6,5% frente ao trimestre anterior. O dado confirma que o crescimento do abate de bovinos impacta positivamente toda a cadeia, incluindo setores que dependem diretamente da matéria-prima do couro.
A produção de ovos de galinha somou 1,23 bilhão de dúzias, representando avanço de 2,3% sobre 2024. Entretanto, houve uma discreta retração de 0,8% frente ao trimestre imediatamente anterior. Mesmo assim, a produção continua elevada, sinalizando estabilidade na oferta e manutenção do consumo.
A importância das pesquisas do IBGE para o setor pecuário
As informações apresentadas fazem parte das pesquisas oficiais conduzidas pelo IBGE — Abate de Animais, Leite, Couro e Produção de Ovos. Essas estatísticas são fundamentais para acompanhar o comportamento da agropecuária ao longo dos trimestres e, aliás, passaram a ter divulgação antecipada desde 2018, permitindo acesso mais rápido aos dados de conjuntura. Todas as informações completas estarão disponíveis no periódico Indicadores IBGE: Estatística da Produção Pecuária, com divulgação oficial em 10 de dezembro de 2025, e podem ser consultadas no banco de dados Sidra.



