O agronegócio brasileiro segue em ritmo acelerado de internacionalização. Desde o início de 2023, o Brasil já garantiu a abertura de 434 novos mercados em 72 países, consolidando sua posição como um dos principais fornecedores de alimentos e produtos agropecuários do mundo. A negociação mais recente foi concluída com Burkina Faso, nação africana que passa a importar diretamente do Brasil bovinos vivos para reprodução, sêmen e embriões bovinos, além de alevinos, ovos férteis e pintos de um dia.
Esse avanço representa muito mais do que uma simples expansão comercial: trata-se de uma ponte estratégica entre o agronegócio nacional e o potencial inexplorado do continente africano, cuja população jovem e crescente impulsiona a demanda por segurança alimentar, tecnologia genética e modernização da produção agrícola e pecuária.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), os novos produtos autorizados para exportação para Burkina Faso se enquadram em uma categoria de alto valor agregado. Isso significa que, além do impacto econômico direto para as empresas exportadoras brasileiras, esses itens podem promover melhorias concretas na pecuária local do país africano, tanto em qualidade genética do rebanho quanto em produtividade animal.
A negociação foi possível graças ao trabalho coordenado entre o Mapa e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), que vêm desenvolvendo uma diplomacia sanitária ativa, voltada a destravar barreiras comerciais e sanitárias, com foco especial em regiões com potencial de crescimento. O acordo com Burkina Faso integra esse esforço conjunto e demonstra a capacidade técnica e regulatória do Brasil, reconhecida por organismos internacionais e pelos países parceiros.
Além disso, a exportação de genética bovina e de aves reprodutoras é um indicativo de que o Brasil não apenas produz em escala, mas inova e lidera em tecnologia agropecuária, o que amplia seu protagonismo global. Ao fornecer sêmen, embriões e animais vivos de alto padrão, o país exporta também conhecimento, ciência e anos de aprimoramento zootécnico, construindo um intercâmbio que vai além das fronteiras comerciais.
A abertura de novos mercados como esse também fortalece as cadeias produtivas internas. Produtores rurais, cooperativas, empresas de genética e viveiros de alevinos, por exemplo, passam a ter novos canais de escoamento de produção, o que incentiva investimento, inovação e geração de emprego no campo. Em um momento em que a economia global ainda se reestrutura após os impactos da pandemia, o dinamismo do setor agropecuário brasileiro mostra sua força como vetor de desenvolvimento, competitividade e relações internacionais.
Com o olhar atento voltado para o futuro, o governo brasileiro segue apostando na diversificação geográfica das exportações, especialmente em regiões emergentes como a África Ocidental, que têm se mostrado receptivas à parceria com países que compartilham experiências produtivas e soluções adaptáveis ao clima tropical.
Esse cenário reforça o papel do Brasil como líder global no fornecimento de alimentos e tecnologias sustentáveis, e mostra que o campo nacional está mais internacionalizado do que nunca — um campo que colhe resultados hoje e semeia relações duradouras para o amanhã.