Nos últimos quatro anos, a suinocultura brasileira apresentou um avanço expressivo, consolidando-se como um dos setores mais dinâmicos do agronegócio. A produção nacional saltou de pouco mais de 4,7 milhões de toneladas em 2021 para 5,3 milhões em 2024, um crescimento de quase 13%.
No mesmo período, as exportações avançaram mais de 19%, atingindo 1,35 milhão de toneladas embarcadas para o exterior.
Em termos financeiros, a receita proveniente das vendas internacionais também registrou alta significativa, passando de US$ 2,6 bilhões para US$ 3 bilhões, evidenciando que o avanço do setor não se restringe apenas ao volume, mas também ao valor agregado do produto brasileiro.
Competitividade que diferencia o Brasil no mercado global
O desempenho da carne suína nacional no comércio exterior é impulsionado por um diferencial competitivo que poucos países conseguem replicar: custos de produção controlados. Enquanto grandes produtores mundiais enfrentam desafios com altos preços de insumos e logística, o Brasil mantém vantagens graças à abundância de grãos e a uma taxa de câmbio favorável, que torna o produto nacional mais atrativo para importadores.
Essa estrutura de custos permite ao país ampliar participação em mercados estratégicos e conquistar novos compradores, mesmo em um cenário internacional marcado por instabilidade econômica e sanitária.
Expansão para novos mercados e mudanças no ranking de compradores
Entre 2021 e 2024, o número de países que compram carne suína brasileira passou de 86 para 94, demonstrando o trabalho consistente de abertura de novos destinos comerciais. Em 2024, as Filipinas assumiram a liderança como principal compradora, adquirindo mais de 254 mil toneladas e superando a China, tradicional líder desse ranking, que importou cerca de 241 mil toneladas.
A mudança reflete não apenas a diversificação geográfica das exportações, mas também a capacidade do Brasil de atender rapidamente a demandas emergenciais, como a gerada pela dificuldade filipina em conter surtos de peste suína africana.
Redirecionamento estratégico diante de barreiras comerciais
Mesmo com restrições de mercados como os Estados Unidos — que aplicaram tarifas de 50% sobre proteínas animais brasileiras —, o setor não perdeu ritmo. O redirecionamento de embarques para países como Cingapura, Japão e Vietnã compensou eventuais perdas e ampliou a presença da carne suína nacional na Ásia, região que concentra a maior parte do consumo global desse tipo de proteína.
A capacidade de adaptação do setor, aliada à busca constante por novos destinos, reforça o potencial do Brasil para assumir a liderança mundial até 2030.