Após quase seis meses de restrição, a China suspendeu o embargo às importações de carne de frango brasileira. A medida, anunciada oficialmente pela Administração Geral de Alfândegas do país asiático em 7 de novembro, põe fim ao bloqueio comercial imposto em maio deste ano, quando foi detectado um foco de gripe aviária em uma granja no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
Mesmo após o Brasil declarar-se livre da doença em junho, a retomada das exportações para o mercado chinês ainda dependia de um rigoroso processo de avaliação. A liberação, segundo comunicado das autoridades chinesas, passou a valer imediatamente e se baseia nos resultados da análise de risco conduzida por uma missão técnica enviada ao Brasil em setembro. Durante a inspeção, os especialistas avaliaram o sistema de vigilância sanitária e as medidas de controle adotadas para garantir a biosseguridade da cadeia produtiva avícola.
Principal parceiro comercial do setor avícola nacional, a China figura no topo da lista de países que mais consomem carne de frango do Brasil. Apenas em 2024, até o mês de maio — período anterior à confirmação do foco de gripe aviária —, o país asiático já havia adquirido 228 mil toneladas do produto, gerando um faturamento de 547 milhões de dólares. No acumulado do ano, o volume exportado somou 353,4 mil toneladas, o que representou uma receita total de 786,9 milhões de dólares.
O retorno imediato às exportações é visto com otimismo por representantes da indústria, que enxergam na decisão chinesa um reconhecimento da eficácia do sistema de defesa sanitária brasileiro. Como maior exportador mundial de carne de frango, o Brasil mantém relações comerciais com 151 países, sendo a confiabilidade sanitária um dos pilares que sustentam esse protagonismo no mercado internacional.



