Resumo
- A pecuária brasileira se destaca mundialmente por aliar alta produtividade com responsabilidade ambiental, sendo peça-chave do agronegócio nacional.
- Programas sanitários reconhecidos e ações do Mapa garantem qualidade e credibilidade nas exportações de carne bovina, suína e de frango.
- Em 2024, a produção de carne bovina superou 11 milhões de toneladas e o abate de bovinos cresceu 3,9% no segundo trimestre de 2025.
- O Plano ABC+ impulsiona práticas sustentáveis com baixa emissão de carbono, como terminação precoce e recuperação de pastagens.
- O Brasil exportou mais de US$ 26,1 bilhões em carnes em 2024, com alta de 55% na carne bovina in natura e recorde histórico nas vendas de carne suína.
A pecuária brasileira não apenas resiste às adversidades, como se reinventa e lidera. No dia em que se comemora o Dia Nacional da Pecuária, o setor se consolida como uma das engrenagens mais vigorosas do agronegócio nacional, com impacto direto na balança comercial e papel de protagonismo global.
Em uma trajetória de crescimento consistente, o Brasil se destaca por aliar produção em escala, segurança sanitária e compromisso ambiental, respondendo às exigências de um mercado internacional cada vez mais atento à origem dos alimentos.
Cadeia produtiva eficiente e valorizada no exterior
A força do setor pecuário brasileiro não é obra do acaso. O crescimento dos últimos anos é sustentado por uma combinação estratégica de investimento em sanidade animal, fomento à inovação tecnológica e ampliação da produtividade de forma equilibrada. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tem desempenhado papel essencial ao fortalecer programas sanitários reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde Animal, assegurando não apenas a qualidade da produção, mas também a confiabilidade exigida pelos países importadores.
Esse esforço coordenado reflete-se nos números impressionantes do setor. A produção de carne bovina, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), superou 11 milhões de toneladas equivalentes-carcaça em 2024, impulsionada pela eficiência no abate e pela robustez do rebanho. Já no segundo trimestre de 2025, dados do IBGE indicam crescimento de 3,9% no abate de bovinos, atingindo a marca de 10,46 milhões de cabeças — um indicador do vigor produtivo mesmo diante de um cenário desafiador.
Avanço também entre aves e suínos
Mesmo com o episódio de influenza aviária em 2024, a avicultura brasileira manteve sua trajetória ascendente. A produção de carne de frango não apenas superou o desempenho do mesmo período do ano anterior, como também alcançou a melhor série histórica para um segundo trimestre, com crescimento de 1,1%, segundo o IBGE.
A suinocultura também vem demonstrando evolução constante. A projeção da Conab para 2026 aponta alta de 3,6% na produção de carne suína, refletindo tanto a ampliação do mercado externo quanto o crescimento da demanda interna. O resultado é um setor diversificado, com expansão em todas as frentes, consolidando o Brasil como um dos principais fornecedores mundiais de proteína animal.
Sustentabilidade como caminho estratégico
O crescimento da pecuária brasileira não está dissociado das questões ambientais. Pelo contrário: o país tem avançado com políticas públicas que conciliam alta produtividade com práticas agroambientais modernas. Um exemplo é o Plano ABC+, que integra tecnologias voltadas à baixa emissão de carbono na agricultura. Entre as iniciativas estão a recuperação de pastagens degradadas, o uso de biodigestores, e a terminação intensiva com abate de animais abaixo dos 24 meses, o que reduz significativamente a pegada de carbono por animal produzido.
A meta do governo é ambiciosa: abater mais 5 milhões de cabeças por ano dentro dessa faixa etária, elevando a eficiência dos sistemas produtivos e reforçando o compromisso com as metas climáticas nacionais. A sustentabilidade deixa, assim, de ser um diferencial e se torna base para a competitividade do agronegócio.
Exportações em ritmo acelerado
Esse esforço conjunto entre produtores, técnicos e governo tem colocado o Brasil em posição de liderança mundial. Em 2024, o país ultrapassou US$ 26,1 bilhões em exportações de carnes, incluindo bovina, suína e de frango. Até setembro de 2025, o total já havia alcançado US$ 22,5 bilhões, evidenciando uma tendência consistente de crescimento.
Os destaques ficam por conta da carne bovina in natura, com alta de mais de 55% e receita de US$ 1,77 bilhão, e da carne suína in natura, que atingiu o recorde histórico de US$ 346,1 milhões em exportações, uma elevação de 28,6%. Esses números demonstram não apenas a força produtiva do país, mas também sua capacidade de atender às exigências de qualidade e rastreabilidade dos mercados mais criteriosos do planeta.