Resumo
- Ministros Carlos Fávaro e Fernando Haddad se reuniram em Brasília para discutir a reformulação do Seguro Rural no Brasil.
- A proposta busca modernizar o modelo atual, considerado caro e ineficiente diante das mudanças climáticas.
- Um dos pontos centrais é a adoção do seguro paramétrico, com acionamento automático por indicadores climáticos.
- O novo modelo pretende ampliar o acesso ao seguro agrícola e reduzir a necessidade de renegociação de dívidas.
- Fávaro destacou o desejo de deixar um legado com uma política de proteção mais justa, ágil e universal para os produtores.
Em um momento de grandes transformações climáticas e instabilidades nos custos da produção agropecuária, o governo federal deu mais um passo para reestruturar a política de Seguro Rural no Brasil. Na última terça-feira (11), em Brasília, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Fernando Haddad (Fazenda) se reuniram para discutir uma proposta de reformulação do atual modelo de seguro agrícola, com o objetivo de torná-lo mais eficiente, acessível e condizente com a nova realidade do campo.
A iniciativa surge em resposta à crescente insatisfação dos produtores com o sistema vigente, marcado por apólices caras e cobertura limitada. Fávaro foi enfático ao reconhecer que o modelo atual já não cumpre sua função primordial. “As apólices estão cada vez mais onerosas e não conseguimos mais ignorar os efeitos das mudanças climáticas. Estudamos esse tema ao longo de um ano e apresentamos hoje um plano concreto para reconstruir o seguro rural no país”, afirmou.
Seguro paramétrico entra na pauta
Um dos destaques da reunião foi a introdução do seguro paramétrico como alternativa complementar ou até substitutiva às apólices tradicionais. Esse formato utiliza indicadores objetivos — como volume de chuva, temperatura ou produtividade média — para acionar automaticamente a indenização, dispensando a vistoria convencional. Na prática, o seguro se torna mais ágil, menos burocrático e acessível para um maior número de produtores, inclusive os pequenos e médios.
Além disso, o novo modelo tem como meta universalizar o acesso ao seguro agrícola, ampliando a cobertura para todas as regiões produtoras do país e minimizando a necessidade constante de renegociação de dívidas rurais, que se tornou frequente diante de eventos climáticos extremos.
Um legado para o futuro do agro
A proposta ainda será refinada e debatida em outras instâncias do governo, mas Fávaro destacou o desejo de consolidar um legado que vá além da gestão atual. “Trouxemos algo sólido e factível, que precisa ser aprimorado, mas que pode transformar a proteção do produtor. Queremos deixar um novo modelo de seguro rural como legado para o país”, declarou o ministro da Agricultura.
O encontro contou também com a presença dos assessores especiais Carlos Augustin e Pedro Machado, do secretário de Política Agrícola do MAPA, Guilherme Campos, do secretário adjunto Wilson Vaz e do diretor de Gestão de Riscos, Diego Melo. Todos acompanham de perto as discussões sobre as novas diretrizes da política de seguro rural.
A expectativa, segundo fontes ligadas à equipe econômica, é que o debate avance nos próximos meses, de forma alinhada com os compromissos de sustentabilidade, estabilidade financeira no campo e enfrentamento das consequências das mudanças climáticas que já afetam diretamente a produção agrícola nacional.



