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Nove produtos paranaenses tiveram crescimento superior a 30% nas exportações em 2025
Publicado
1 semana atrásem
Por
Claudio P. Filla
Resumo
• O Paraná alcançou US$ 21,6 bilhões em exportações entre janeiro e novembro de 2025, com desempenho superior ao restante do Sul.
• Nove produtos do Estado registraram crescimento acima de 30%, incluindo cereais, carnes e itens industriais de alto valor agregado.
• Cereais tiveram aumento de 109% nas vendas externas, enquanto carne bovina in natura avançou 63% no período.
• A diversificação produtiva reforçou a competitividade do Paraná no mercado global, mesmo diante de barreiras tarifárias.
• A balança comercial registrou superávit de US$ 2,6 bilhões, com ampliação das vendas para mercados como China, Argentina e Emirados Árabes Unidos.
A cada novo levantamento da balança comercial, o Paraná reforça uma narrativa de expansão consistente e de capacidade produtiva madura, que combina tradição agrícola, parque industrial crescente e estratégias de atração de investimentos. Entre janeiro e novembro de 2025, esse movimento ficou ainda mais evidente: nove produtos fabricados no Estado registraram crescimento superior a 30% nas exportações, revelando uma competitividade que se estende do campo às linhas de montagem industriais.
Segundo o relatório divulgado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), com base em dados do MDIC, o Estado alcançou US$ 21,6 bilhões exportados no período, melhor resultado entre as unidades do Sul e sexto maior do Brasil.
Crescimento expressivo impulsiona a pauta de exportações do Paraná
O avanço de determinados grupos de produtos mostra como a economia paranaense vem diversificando sua presença no mercado internacional. Entre os destaques estão os cereais, que saltaram de US$ 478 milhões para US$ 1 bilhão, resultado que representa uma elevação de 109% nas vendas externas. Esse incremento reforça a relevância do Estado como fornecedor seguro de alimentos em um contexto global marcado por oscilação de estoques e demanda crescente.
A expansão também foi marcante para a carne bovina in natura, cujas exportações avançaram de US$ 114 milhões em 2024 para US$ 187 milhões em 2025, um aumento de 63%. Aliás, essa trajetória de alta se repete em outros segmentos do agronegócio, consolidando o Paraná como um dos protagonistas brasileiros no fornecimento de proteínas e insumos agroindustriais.
Enquanto isso, itens industriais apresentaram desempenho igualmente vigoroso. As vendas externas de carne suína in natura cresceram 41,2%, seguidas por equipamentos e veículos: torneiras e válvulas avançaram 41%, tratores 38%, automóveis 37%, veículos de carga 34,4%, óleo de soja bruto 34% e café solúvel 32%. Essa combinação entre commodities tradicionais e produtos intensivos em tecnologia revela, segundo o relatório, um adensamento produtivo que vem sendo construído ao longo dos últimos anos.
O papel da estrutura produtiva e dos investimentos no desempenho estadual
Para o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, o resultado não é casual, mas consequência direta da evolução estrutural da economia. “Observamos expansão das exportações de determinados produtos do agronegócio concomitante à forte ampliação das vendas de bens que agregam muito valor, como os do segmento automotivo, o que se deve sobremaneira à política estadual de atração de investimentos”, afirma. A análise de Callado evidencia que o Estado consolida uma matriz diversificada, resiliente e com capacidade de responder rapidamente às demandas internacionais.
Essa visão é complementada pelo secretário do Planejamento, Ulisses Maia, que ressalta a amplitude da pauta exportadora paranaense. “Mesmo diante da elevação das barreiras tarifárias pelos Estados Unidos, alcançamos resultados muito relevantes no âmbito do comércio exterior, o que demonstra a competência dos exportadores do Estado”, observa. Para Maia, a variedade de produtos reduz a vulnerabilidade diante de oscilações globais e fortalece a competitividade regional.
Posição estratégica do Paraná no comércio global
Com os US$ 21,6 bilhões exportados entre janeiro e novembro, o Paraná reafirma sua condição de potência econômica do Sul do Brasil. Os produtos que mais contribuíram para esse desempenho foram soja em grãos (US$ 4,3 bilhões), carne de frango in natura (US$ 3,2 bilhões), farelo de soja (US$ 1,1 bilhão), açúcar bruto (US$ 1 bilhão) e cereais (US$ 999 milhões). Esses números mostram a consistência do agronegócio, mas também a capacidade crescente de agregar valor em processos industriais.
Os principais mercados compradores seguem relativamente estáveis, com leve reorganização de demanda. A China permanece líder, com aquisições que somaram US$ 4,9 bilhões, seguida pela Argentina (US$ 1,7 bilhão), EUA (US$ 1,1 bilhão) e México (US$ 837 milhões). Entretanto, chama atenção o crescimento expressivo no comércio com determinados parceiros, como Argentina (59,5%), Irã (47,7%), Emirados Árabes Unidos (35,9%), Paraguai (6,5%), Chile (2,6%) e Peru (9,1%). Essas variações apontam para uma ampliação de mercados e redução da dependência de poucos compradores.
Superávit reforça a saúde do comércio exterior do Estado
Até novembro, a balança comercial paranaense acumulou superávit de US$ 2,6 bilhões, resultado direto da diferença entre os US$ 21,6 bilhões exportados e os US$ 18,8 bilhões importados. As compras externas se concentraram em fertilizantes, autopeças, óleos, combustíveis e produtos farmacêuticos — categorias essenciais para sustentar tanto o agronegócio quanto a crescente atividade industrial.

Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.
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