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Agro

Safra de laranja 2025/26 tem nova queda e é revisada para 294,8 milhões de caixas

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Safra de laranja 2025/26 tem nova queda e é revisada para 294,8 milhões de caixas
Resumo

• A safra de laranja 2025/26 em SP e MG foi revisada para 294,8 milhões de caixas, refletindo um cenário mais adverso que o previsto.
• A forte seca entre maio e novembro reduziu o calibre dos frutos, que ficaram em média 4 gramas mais leves.
• O atraso das chuvas de primavera prejudicou o enchimento das laranjas e elevou a necessidade de mais frutos por caixa.
• O greening avançou e elevou a taxa de queda para 23%, reduzindo o potencial produtivo e agravando as perdas.
• Ventos fortes e maior permanência dos frutos nas árvores contribuíram para ampliar as perdas no campo.

A safra de laranja 2025/26 no principal polo citrícola do país — que abrange o estado de São Paulo e parte do Triângulo e Sudoeste de Minas Gerais — passou por nova revisão negativa. O volume, segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), foi ajustado para 294,81 milhões de caixas de 40,8 kg, consolidando uma tendência de baixa já indicada nos levantamentos anteriores.

Esse número representa uma retração relevante frente às estimativas anteriores da mesma safra e consolida a dificuldade enfrentada pelos produtores diante de condições climáticas desfavoráveis e do avanço do greening, uma das mais graves doenças que afetam a citricultura.

Frutos mais leves: impacto direto da seca prolongada

A revisão dos números é reflexo, principalmente, do peso reduzido das frutas e da maior taxa de queda registrada nas plantações. Ao longo de grande parte do ciclo, as chuvas estiveram abaixo da média histórica, o que comprometeu diretamente o enchimento e o desenvolvimento dos frutos.

De maio a novembro, o volume de precipitações foi insuficiente em praticamente todo o cinturão citrícola. Apenas a região de Porto Ferreira, em São Paulo, apresentou um cenário levemente mais favorável. Por outro lado, áreas tradicionais de produção, como Bebedouro e o Triângulo Mineiro, enfrentaram déficits hídricos expressivos, comprometendo o calibre final das frutas.

A expectativa era de que a retomada das chuvas de primavera aliviasse a situação. No entanto, setembro continuou seco e as precipitações de outubro só se regularizaram na segunda quinzena. O resultado foi uma diminuição média de 4 gramas por fruta, o que eleva o número de unidades necessárias para compor cada caixa padrão.

Esses efeitos se manifestam de forma generalizada entre as variedades cultivadas — das mais precoces à Pera, Valência, Natal e Folha Murcha — tornando o quadro ainda mais desafiador para os citricultores.

Greening acentua perdas e eleva a taxa de queda

Além do clima adverso, a intensificação do greening segue impactando de forma significativa a produtividade dos pomares. A doença, provocada pela bactéria Candidatus Liberibacter, é transmitida pelo psilídeo e afeta o desenvolvimento dos frutos, provocando amarelecimento, queda precoce e redução na qualidade comercial da laranja.

De acordo com o levantamento do Fundecitrus, a taxa de queda de frutos atingiu 23%, um patamar elevado que reflete não apenas a presença mais agressiva do greening, mas também o agravamento causado pelo estresse hídrico.

A severidade da doença aumentou em relação à safra anterior e, em muitos casos, os sintomas já atingem a maior parte da copa das árvores. Em situações assim, a planta reduz seu potencial produtivo, e os frutos passam a cair com mais facilidade — especialmente quando o solo está seco e as condições climáticas acentuam o estresse fisiológico.

Outro ponto crítico observado ao longo do ciclo foi a ocorrência de ventos fortes em setembro, o que colaborou para a queda antecipada dos frutos. Além disso, o prolongamento da permanência das frutas nas árvores em busca do grau ideal de maturação também contribuiu para perdas mais expressivas.

  • Safra de laranja 2025/26 tem nova queda e é revisada para 294,8 milhões de caixas

    Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.

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