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Natureza

Presença de grandes felinos cresce no Paraná e municípios reforçam medidas de segurança ambiental

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Presença de grandes felinos cresce no Paraná e municípios reforçam medidas de segurança ambiental
Resumo

• O aumento de avistamentos de grandes felinos no Sudoeste do Paraná motivou um alerta do IAT, indicando mudanças no comportamento da fauna diante da redução de habitat.
• Em Dois Vizinhos, o atropelamento de uma jaguatirica reforçou a necessidade de atenção em estradas rurais, sobretudo à noite, quando os animais circulam mais.
• As autoridades destacam que não há risco iminente, mas orientam manter distância, evitar aproximação e fazer barulho para afastar os felinos, que naturalmente evitam contato humano.
• A comunidade de Santa Cruz, conhecida como Toca da Onça, preserva registros históricos e recentes da presença de onças-pardas, simbolizando o equilíbrio entre natureza e ocupação rural.
• Moradores devem comunicar rastros, pegadas e avistamentos pelo telefone (46) 3536-5847, auxiliando no monitoramento técnico e na preservação das rotas naturais da fauna silvestre.

A paisagem rural do Sudoeste do Paraná tem revelado um movimento silencioso, porém expressivo, da fauna silvestre. Nos últimos meses, moradores de diferentes municípios passaram a identificar com mais frequência rastros, pegadas e até avistamentos de grandes felinos, sinal de que a dinâmica entre áreas preservadas e zonas habitadas está em transformação.

A tendência levou o Instituto Água e Terra (IAT) a emitir um alerta regional, reforçando a necessidade de atenção redobrada, sobretudo em locais próximos a remanescentes de vegetação nativa. Embora o comportamento desses animais siga, em essência, discreto e arredio, a aproximação das cidades evidencia a redução de habitat e o aumento do fluxo em busca de alimento, abrigo e rotas de passagem.

Circulação de onças e jaguatiricas

No município de Dois Vizinhos, a preocupação ganhou força após o registro de uma jaguatirica encontrada sem vida às margens da rodovia Avelino Provin, que liga a cidade a Boa Esperança do Iguaçu. O atropelamento, infelizmente comum em trechos de mata cortados por estradas rurais, evidencia o quanto esses animais vulneráveis dependem de corredores ecológicos para sobreviver. A jaguatirica, de porte médio e hábitos noturnos, costuma ser confundida com espécies maiores, como a onça-parda ou até a onça-pintada. Entretanto, diferenças de coloração, tamanho e padrão de manchas passam despercebidas por quem não tem convivência diária com a fauna nativa.

A presença crescente desses felinos não deve ser interpretada como um risco imediato, mas como um indicativo das pressões ambientais que moldam a vida silvestre. A diminuição das áreas de mata, o avanço das propriedades rurais e o fluxo intenso de veículos em rotas que atravessam regiões preservadas acabam interferindo nos ciclos naturais dos animais, que utilizam as bordas dos ambientes florestais como caminhos para deslocamento.

Como agir em caso de avistamento

Diante desse cenário, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, Meio Ambiente e Recursos Hídricos reforça que a convivência harmônica entre comunidade e fauna depende de atitudes simples, mas essenciais. Não há motivo para pânico, porém é fundamental manter distância sempre que um felino for identificado, evitando a aproximação ou qualquer tentativa de interação. Esses animais, por natureza, evitam o contato humano, e ruídos podem funcionar como estímulo para que se afastem rapidamente.

Além disso, a recomendação é que motoristas tenham atenção especial durante a noite nas estradas rurais, período em que a fauna se movimenta em busca de alimento e água. Os atropelamentos, muitas vezes silenciosos e inevitáveis, tornam-se uma das maiores causas de morte de mamíferos silvestres no país, reforçando a urgência de cautela em trajetos que cortam áreas de mata.

Entre história e natureza: a simbólica “Toca da Onça”

O movimento atual dos grandes felinos na região resgata também memórias antigas que fazem parte da identidade local. Em Dois Vizinhos, a comunidade de Santa Cruz é tradicionalmente conhecida como Toca da Onça — denominação que atravessa gerações desde os tempos de colonização e permanece viva no imaginário popular. A área, cercada por lagos, estradas de terra e fragmentos florestais, já registrou pegadas e rastros de onças-pardas, testemunhando a continuidade de um ecossistema que ainda pulsa, apesar das transformações do entorno.

A coexistência entre moradores e fauna, nesse sentido, reforça a necessidade de compreensão e respeito aos territórios naturais. Aliás, reconhecer a presença desses animais é também reconhecer que a mata ainda cumpre seu papel ecológico, abrigando espécies fundamentais para o equilíbrio ambiental.

Registros, pegadas e vestígios: oque fazer?

Para que os órgãos ambientais possam monitorar a circulação dos animais e orientar a população de forma eficiente, qualquer rastro, pegada ou avistamento deve ser comunicado diretamente à Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O telefone disponibilizado para atendimentos e verificações técnicas é (46) 3536-5847, canal destinado ao acompanhamento das ocorrências e ao suporte necessário aos moradores.

  • Presença de grandes felinos cresce no Paraná e municípios reforçam medidas de segurança ambiental

    Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.

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