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Tomate fica bem mais barato no atacado em novembro, aponta Conab, com oferta acelerada pelo calor

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Tomate fica bem mais barato no atacado em novembro, aponta Conab, com oferta acelerada pelo calor

A combinação entre clima mais quente e aumento da oferta de tomate nos principais mercados atacadistas do país resultou em uma queda expressiva nos preços do produto. Dados recentes do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) mostram que, em novembro, a média ponderada das cotações do tomate no atacado recuou 26,15%, um dos movimentos mais intensos do ano para a hortaliça. O levantamento considera informações das Centrais de Abastecimento monitoradas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Logo na entrada do mês, o mercado já dava sinais de alívio. As temperaturas mais elevadas aceleraram o processo de amadurecimento dos frutos, o que ampliou rapidamente a disponibilidade do tomate nas Ceasas. Assim, além do maior volume ofertado, houve uma concentração de produto em ponto de colheita ao mesmo tempo, pressionando os preços para baixo. Esse cenário, aliás, não ficou restrito ao atacado: a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, elaborada pela Conab em parceria com o Dieese, já aponta reflexos desse recuo também no varejo.

Clima e dinâmica da oferta explicam o recuo acentuado

O comportamento do tomate em novembro ajuda a ilustrar como o clima exerce influência direta sobre os preços dos hortigranjeiros. Com dias mais quentes, o ciclo da cultura se encurta, o que aumenta o volume disponível em um intervalo menor de tempo. Dessa forma, mesmo sem uma expansão significativa de área plantada, a oferta cresce de maneira concentrada, alterando o equilíbrio entre oferta e demanda.

Esse movimento tende a beneficiar o consumidor no curto prazo, mas também exige atenção do produtor, já que a queda abrupta nas cotações pode comprometer margens em determinadas regiões. Ainda assim, o boletim indica que a boa distribuição do produto entre as Ceasas contribuiu para evitar desequilíbrios mais severos entre os mercados regionais.

Outras hortaliças também apresentam variações relevantes

Além do tomate, o levantamento aponta queda nos preços da cenoura, cuja média ponderada recuou 9,68% em relação a outubro. Em São Paulo, na Ceagesp, a redução foi ainda mais intensa, alcançando 21,15%, mesmo em um contexto de oferta mais restrita da raiz. A explicação passa pela menor pressão da demanda e por ajustes pontuais na comercialização.

A batata também apresentou recuo, embora mais moderado, com baixa de 2,37% no atacado. Apesar da variação mensal discreta, chama atenção o fato de que os preços médios de novembro ficaram 51,3% abaixo dos registrados no mesmo período do ano anterior. Esse comportamento está associado à transição entre o fim da safra de inverno e o início da safra das águas, fase tradicionalmente marcada por ajustes na origem do produto.

Em sentido oposto, alface e cebola registraram elevação nos preços. A alface voltou a encarecer após um período de retração, impulsionada pela menor oferta nos mercados atacadistas, com alta média de 3,36%. Já a cebola apresentou aumento de 8,79%, movimento considerado típico para novembro, quando ocorre a troca do principal eixo fornecedor do bulbo.

Frutas mantêm relativa estabilidade, com exceções pontuais

No grupo das frutas, o cenário foi de maior estabilidade. Banana, maçã e laranja tiveram pequenas quedas nas cotações médias, refletindo ajustes pontuais entre oferta e demanda. No caso da banana, a menor disponibilidade da variedade nanica no Vale do Ribeira e da prata no norte de Minas Gerais ajudou a explicar oscilações mais sensíveis ao longo do mês.

A maçã apresentou recuo nos primeiros dias de novembro, seguido de leve recuperação conforme os estoques, especialmente da variedade gala, começaram a diminuir. A laranja, por sua vez, oscilou pouco, influenciada pela postura mais cautelosa da indústria, que reduziu novos contratos diante da queda da demanda externa.

Por outro lado, mamão e melancia ficaram mais caros. As cotações do mamão subiram 6,55%, impactadas pela redução da oferta em função de temperaturas mais baixas e chuvas, que desaceleraram a produção. A melancia teve alta de 4,45%, reflexo da perda de qualidade de lotes oriundos do sul da Bahia e do centro paulista, também afetados pelas condições climáticas.

Exportações seguem em ritmo positivo

No comércio exterior, o desempenho segue favorável. Entre janeiro e novembro de 2024, o Brasil exportou 1,176 milhão de toneladas de frutas e hortaliças, volume 23,22% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. O faturamento alcançou US$ 1,4 bilhão (FOB), crescimento de 9,23%, com destaque para as vendas destinadas à Europa e à Ásia.

Fonte: CONAB

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    Sou Cláudio P. Filla, formado em Comunicação Social e Mídias Sociais. Atuo como Redator e Curador de Conteúdo do Agronamidia. Com o apoio de uma equipe editorial de especialistas em agronomia, agronegócio, veterinária, desenvolvimento rural, jardinagem e paisagismo, me dedico a garantir a precisão e a relevância de todas as publicações.

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